Milton Maluhy Filho vai comandar o Itaú CorpBanca, o banco chileno que o Itaú Unibanco controla em sociedade com o bilionário Alvaro Saieh.
Ele substituirá Boris Guerovich, que renunciou ‘por razões pessoais’, a partir de janeiro.
Guerovich, executivo do Itaú no Chile, já estava desgastado por ter participado de todas as discussões societárias entre o Itaú, Saieh e os minoritários do CorpBanca.
Anunciada em janeiro do ano passado, a fusão do Itaú Chile com o CorpBanca demorou para ser concluída mais do que imaginado inicialmente. Como o CorpBanca teve um desempenho estelar ao longo de 2014, em dado momento Saieh pressionou por uma renegociação dos termos. Depois de alguma resistência, o Itaú cedeu e aceitou que o CorpBanca pagasse um dividendo extra. Na linha de frente do embate: Boris Guerovich.
Afora, sua substituição foi vista no mercado como um gesto do Itaú para um ‘novo começo’ na relação com os sócios.
Para a missão, o Itaú escalou Maluhy, um executivo em ascensão e um dos profissionais mais completos do banco, por já ter trabalhado tanto no atacado quanto no varejo.
Maluhy começou sua carreira no antigo BBA Creditanstalt, passou pelo JP Morgan, CCF e Lloyds, e entrou no Itaú em 2002 como chefe da mesa de trade finance.
Em 2012, foi designado para comandar a Rede, a área de adquirência de cartões de crédito do Itaú, depois que o banco comprou a Redecard.
Hoje, é um dos principais executivos do Itaú, abaixo do triunvirato de diretores gerais formado por Marcio Schettini, Cândido Bracher e Marco Bonomi.
A fusão do Itaú Chile com o CorpBanca obteve aprovação de acionistas e reguladores nos últimos meses, e entra em vigor legalmente em 1 de janeiro de 2016.
Com US$45 bilhões em ativos e uma carteira de crédito de US$34 bilhões, o Itaú CorpBanca é a principal operação do Itaú fora do País.
Analistas estimam que o Itaú CorpBanca deve gerar 500 milhões de dólares de lucro no ano que vem. O Itaú é dono de um terço deste resultado, mas o consolida integralmente em seu balanço.