O SMU é a terceira rede varejista do Chile em faturamento, depois do Wal-Mart e do Cencosud, e vai usar os recursos para reduzir sua dívida. O preço do IPO deu à empresa um valor de mercado de US$ 830 milhões.
A ação saiu a 113 pesos na oferta, e negociava a 115 pesos no início da tarde.
Há pelo menos dois anos que Saieh tenta listar a companhia, que quase quebrou em consequência de uma fraude em 2013.
Para fazer o bicho voar desta vez, Saieh e a gestora Southern Cross (que juntos tinham 90% da empresa antes do IPO) haviam se comprometido a comprar 25% da oferta numa demonstração de confiança. No comunicado ao mercado publicado hoje cedo, a empresa disse que seus ‘atuais acionistas, incluindo acionistas controladores’ compraram 28% da oferta.
Descoberta a fraude, os bancos credores viram que a alavancagem da empresa era o dobro do reportado, e o SMU teve que reestruturar sua dívida.
Tendo em vista este histórico, muitos gestores decidiram nem estudar o IPO, coordenado pelo BTG Pactual, LarrainVial e Itaú.
O tamanho da oferta foi reduzido, e o SMU saiu a um múltiplo de 7,5x EV/EBITDA de 2016, um desconto de 25% em relação ao Cencosud, que negocia a 10x.
“Muita gente no Chile tem memória curta,” diz um gestor.
A fraude no SMU chegou a contaminar a CorpBanca em 2013. O custo de captação do banco subiu depois que a fraude foi descoberta, justamente no momento em que Saieh negociava a venda de uma participação no banco, que acabou nas mãos do Itaú. A Moody’s chegou a rebaixar a dívida da CorpBanca tendo em vista o controlador comum, mas Saieh sempre manteve que seus negócios são operados independentemente.