Mais uma companhia está aproveitando o ‘bull market’ para levantar capital — e mais um controlador está usando a oportunidade para botar algum no bolso.
O grupo Ser Educacional acaba de anunciar que pretende captar entre R$ 236 milhões e R$ 400 milhões com a emisão de novas ações a R$ 28,80 — um desconto de 9% em relação ao fechamento de hoje, de R$ 31,90.
A companhia já havia tentado este aumento de capital em maio, mas o plano foi interrompido pela gravação bombástica de Joesley Batista, que paralisou o País.
Mas desta vez, o aumento de capital vem acompanhado de uma oferta secundária: José Janguiê Bezerra Diniz — o fundador, chairman e dono de 70% da companhia — pretende vender até 11,13% do capital da empresa na Bolsa.
O interesse de venda do fundador — num momento em que a ação negocia na sua máxima histórica — pode ajudar a oferta a ganhar volume e atrair fundos internacionais que historicamente reclamam da baixa liquidez da ação.
A Ser contratou o Credit Suisse para subscrever a quantidade mínima de ações da oferta caso haja pouco interesse do mercado. O CS usará a posição de Janguiê para exercer seu direito de subscrição e simultaneamente se zerar no mercado.
Se a oferta for bem sucedida, a participação final de José Janguiê cairá para 53,2% da companhia, em virtude do ‘block trade’ e da diluição trazida pela oferta.
A Ser vale R$ 4 bilhões na Bolsa.
Os recursos da oferta serão usados para financiar o crescimento da companhia, e a Ser disse que está trabalhando numa aquisição.
Segundo o Fato Relevante, “a companhia participa atualmente de um processo competitivo para a aquisição de participação societária majoritária em instituição de ensino superior, tendo assinado recentemente compromisso que lhe assegura exclusividade por prazo determinado para realizar diligência (due diligence) no ativo e, se for de seu interesse, apresentar uma proposta vinculante para adquiri-lo.”