Mais um grande título da mídia impressa foi parar nas mãos de um bilionário ‘apaixonado pela marca’.
A Fortune, uma das maiores revistas de negócios dos Estados Unidos, foi vendida para o tailandês Chatchaval Jiaravanon, dono do conglomerado Charoen Pokphand Group, que tem negócios em agricultura, telecom, finanças e varejo.
Jiaravanon pagou US$ 150 milhões pela revista, que havia sido comprada pela Meredith em janeiro. Na época, a editora que publica a People adquiriu a Time Inc. para apenas meses depois colocar à venda quatro de seus títulos: a Fortune, a Time, a Sports Illustrated e a Money. (Há dois meses, vendeu a Time para o dono da Salesforce por outros US$ 190 milhões).
Num comunicado, Alan Murray, o atual presidente da Fortune, disse que Chatchaval é um grande fã da revista e está comprando a Fortune como um investimento pessoal porque ‘ama a marca’. “Ele gosta da nossa missão e vai dar todo o suporte a nossa independência editorial”, disse Murray.
Já Chatchaval focou no business: “Com um aumento nos investimentos em tecnologia e um jornalismo brilhante, acreditamos que as perspectivas de crescimento para os lucros da empresa são excelentes tanto na publicação quanto no negócio de eventos”.
Uma das apostas do empresário é buscar oportunidades de negócios na China.
Fundada em 1930 — alguns meses depois do crash da bolsa de Nova York — a Fortune se transformou numa das principais revistas de negócios do mundo, ao lado da Forbes, The Economist e a Businessweek. O título foi um dos precursores do modelo de premiações e eventos que se disseminou na mídia de negócios: rankings como a “Fortune 500” e a “World’s Most Admired Companies” são até hoje grandes referências no mundo corporativo.
Em suas páginas, já escreveram nomes consagrados da literatura norte-americana, como Archibald MacLeish, que ganhou três prêmios Pulitzer, e James Agee, que depois fez carreira como roteirista de Hollywood.
Com circulação mensal e um alcance de quase 20 milhões de leitores por mês (contando todas as suas plataformas), a Fortune tem tido sucesso em sua transição do papel para a tela de computadores e smartphones. Segundo a empresa, mais de 60% de sua receita líquida no ano passado veio da publicidade digital e de eventos corporativos.
Murray afirma que a Fortune deve fechar o ano com faturamento de quase US$ 100 milhões, e um EBITDA de US$ 10 milhões.
Os investimentos de bilionários na mídia impressa já estão virando um clichê. Em 2013, Jeff Bezos pagou US$ 250 milhões pelo The Washington Post e fez uma verdadeira virada no jornal centenário; quatro anos depois, Laurene Powell Jobs, a viúva do fundador da Apple, comprou a revista The Atlantic; e, no início deste ano, o bilionário Patrick Soon-Shiong adquiriu o Los Angeles Times.
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