A Ame, a carteira digital da B2W e das Lojas Americanas, acaba de comprar a Nexoos, uma fintech que conecta investidores a pequenas e médias empresas em busca de crédito, desintermediando um mercado estimado em R$ 200 bilhões/ano, fontes próximas à startup disseram ao Brazil Journal.
Os fundadores Daniel Gomes e Murilo Bassora continuarão à frente do negócio, que permitirá à Nexoos acessar os mais de 90 mil sellers do marketplace da B2W e mais de 3 milhões de estabelecimentos que aceitam pagamentos pela AME.
O anúncio da transação é iminente.
Como todo marketplace, a Nexoos não corre risco em seu balanço. A empresa se remunera com um ‘take rate’ e com serviços adjacentes ao processo de crédito, como scoring e cobrança.
A startup funciona assim: os provedores de funding — de gestores de FIDCs até pessoas físicas buscando um retorno melhor que o CDI — conectam-se à plataforma da Nexoos, cujo algoritmo analisa os tomadores de crédito e apresenta perfis com risco e retornos diferentes. O usuário escolhe sua matriz de risco-retorno.
A Ame já oferece a seus usuários a possibilidade de acessar crédito de fintechs como Creditas e Geru, mas com a compra da Nexoos, ela passa a ter uma solução proprietária para empréstimos ‘peer-to-peer’ e ‘credit as a service’ (CaaS) — uma modalidade em que empresas oferecem crédito customizado para clientes e fornecedores. Durante a pandemia, por exemplo, a Ambev usou a Nexoos para estender crédito a donos de bares e restaurantes. O algoritmo analisava o crédito e dizia a taxa que a empresa deveria cobrar.
Desde que foi fundada há cinco anos, a Nexoos originou mais de R$ 500 milhões em empréstimos, com valores de até R$ 500 mil por operação.
A Loyall Capital Partners é a maior acionista da Nexoos depois dos fundadores; outros investidores incluem Vinícius Ferriani, co-fundador da Gympass; Carlos Ambrósio, sócio da Claritas e presidente da Anbima; e Sylvio de Barros, o fundador do Webmotors.
Esta é a terceira aquisição da Ame na construção de seu motor de crédito. Em dezembro, a companhia comprou a BIT Capital e a Parati, duas outras fintechs.
A aquisição depende de aprovação do Banco Central.