A Ambev teve o maior volume de sua história num segundo trimestre, ultrapassando até aquele em que o Brasil sediou a Copa do Mundo.
A performance nas vendas — no momento em que o País começa a reabrir, apesar de uma longa e arrastada pandemia — evidencia um momento operacional como há muito tempo a Ambev não via.
O volume aumentou 19% ano contra ano e 8% em relação ao segundo tri — pré-pandêmico — de 2019, e a companhia disse que 7 de seus principais 10 mercados (países) voltaram a níveis acima do 2Q 2019.
Considerando os últimos 12 meses para cada trimestre desde o 1Q 2011, os volumes consolidados estão em alta forte desde o 3Q do ano passado, e já se encontram acima dos volumes recordes de 2015.
O BEES — a plataforma B2B que permite a bares e restaurantes comprar da Ambev itens que vão além da cerveja — fez R$ 9 bilhões de GMV no trimestre. Para efeito de comparação, é quase o mesmo GMV que o Magalu fez no 4Q de 2020 (R$ 9,5 bi).
Mais de 70% dos clientes ativos da Ambev já fazem compras no BEES.
O Zé Delivery — a resposta da empresa ao imperativo da conveniência — atendeu mais de 15 milhões de pedidos, um ganho de cerca de 7% em relação ao trimestre anterior, ainda que num tri sazonalmente fraco, e o triplo do mesmo período do ano passado.
Como o volume de cerveja vendido pela Ambev no Brasil teve queda sequencial (dada a sazonalidade), a penetração do Zé Delivery no negócio aumentou.
No primeiro semestre do ano, o Zé já entregou mais que no ano passado inteiro (29 milhões x 27 milhões de pedidos).
Finalmente, a receita da Ambev no Brasil com cervejas e outras bebidas que não existiam há 3 anos — uma das principais métricas de inovação acompanhadas pelo mercado — continua acelerando.
Esses produtos respondiam por 5% da receita em 2018, 10% em 2019, e já ultrapassaram 20% este ano, ajudado em parte pelo sucesso da Brahma Duplo Malte.
“Estamos com uma receita de bolo simples: colaboração com o nosso ecossitema, aposta consistente em inovação e um salto tecnológico das nossas operações,” o CEO Jean Jereissati disse ao Brazil Journal.
Ele disse que a empresa vai manter o guidance de os custos variáveis este ano vão crescer mais de 20% em meio à uma inflação de 6%.
“Mesmo crescendo o topline, estamos digerindo essa inflação. Vai ser uma recuperação em V na receita mas em U na última linha (o lucro).”
Outras métricas do 2Q:
A receita líquida cresceu 36,2%.
A receita líquida por hectolitro aumentou 14,5%, impulsionada pela premiunização, inovação e gestão de receita.
O custo dos produtos vendidos por hectolitro subiu 15,7%, pressionado pelo câmbio desmoralizado e as commodities.
O SG&A — o custo fixo da companhia cresceu 35,6%, afetado por acréscimos de remuneração variável, despesas de distribuição e investimentos em vendas e marketing.
O EBITDA ajustado aumentou 24%.
O portfólio de marcas premium — Corona, Becks, Stella Artois e Original — cresceu 35%.