A Vinland Capital vai receber o primeiro investimento do Rising Stars, o fundo de R$ 770 milhões que o Itaú levantou junto a clientes para apostar no crescimento de novas gestoras.
A gestora de André Laport e James Oliveira, que tem R$ 5 bilhões sob gestão, deve receber um cheque de cerca de R$ 200 milhões que será alocado em cotas de seu fundo — o primeiro de quatro investimentos que o Rising Stars pretende fazer.
O Rising Stars é uma parceria da Itaú Asset Management (que tem R$ 700 bilhões sob gestão) com a área de Fund of Funds do banco, que administra R$ 276 bi de clientes: o FoF identifica os gestores com potencial e conduz uma diligência detalhada, enquanto a Asset ajuda a desenvolver gestora no aspecto comercial e de produtos.
“A Vinland não precisa de capital — ela já é uma asset bem sucedida, com várias estratégias e um time de primeira — mas eles entenderam como podemos criar valor conjuntamente, principalmente agregando novas estratégias,” disse Carlos Constantini, o chefe do Wealth Management Services do Itaú, disse ao Brazil Journal. “Estamos apostando que ela pode se tornar uma das grandes gestoras brasileiras e queremos que nossos investidores participem deste upside.”
O Rising Stars é um fundo fechado de 10 anos com amortizações periódicas. Os investidores vão receber a variação das cotas das investidas (como num FoF tradicional) mas também uma participação na receita das gestoras.
Ao final dos 10 anos, o cotista tem o direito de transformar suas cotas em equity nas gestoras. (A expectativa é que o cotista receba o principal de volta em três anos.)
“A beleza é que o investidor é sócio na prática e vai ganhar com o crescimento da gestora sem ter as obrigações de quem tem equity,” disse Carlos Augusto Salamonde, o CEO da Itaú Asset, para quem a Vinland “deve multiplicar algumas vezes de tamanho.”
Fundada em 2018 por Laport — um ex-sócio sênior da Goldman Sachs — e James Oliveira, ex-sócio do BTG e CEO da asset do banco, a Vinland é uma partnership com 32 profissionais e quatro produtos que figuram no primeiro quartil da indústria.
O Vinland Macro — o flagship da casa — retornou 160% do CDI desde seu início em março de 2018, enquanto o Vinland Macro Plus – a estratégia alavancada — retornou 405% do CDI. Já o Vinland Long Bias, que começou em março de 2018, retornou 49% contra 33,67% do benchmark IMA-B — um retorno excedente de 15,4%. O FIA da casa, o Vinland Long Only, gerou um retorno excedente ao Ibovespa de 27% desde o início.
Executivos do Itaú acreditam que a Vinland pode até triplicar seu AUM atual com as estratégias existentes e crescer ainda mais com o desenvolvimento de novas estratégias, na medida em que a gestora terá acesso a canais internos do banco e parcerias externas de distribuição que o Itaú vai ajudar a criar ou crescer.