Flávio Bolsonaro está começando sua pré-campanha com uma corte intensa da Faria Lima.

O movimento começou hoje com um almoço no UBS, onde o pré-candidato falou para cerca de 30 clientes ultra-high net worth do banco.

Acompanhado por Rogério Marinho e Gustavo Montezano – respectivamente o ex-Ministro de Desenvolvimento Regional e ex-presidente do BNDES no Governo de seu pai — Flávio se vendeu como “o mais moderado dos Bolsonaro,” compartilhou críticas que fez ao próprio pai sobre seu relacionamento com o Congresso, e disse que seu eventual Governo se beneficiaria do aprendizado com os erros do Governo do pai.

O Senador pelo Rio de Janeiro disse que seu Governo retomaria a agenda econômica de Paulo Guedes, que ele definiu como controle das contas públicas, redução do tamanho do Estado e uma tentativa de baixar impostos.

Disse também que repetiria a estratégia do pai de “pegar gente consagrada e bem sucedida no mercado e dar carta branca.”

O almoço foi organizado por Filipe Sabará, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo em 2020.

Empresários que participaram do evento disseram ao Brazil Journal que o público do almoço era dividido em basicamente dois grupos.

Cerca de 30% ali acreditam que a campanha de 2026 vai ser tão polarizada e emocional que é melhor ter um Bolsonaro como candidato, “porque a família já se mostrou competente em lidar com redes sociais, narrativas e discursos polarizantes,” disse um dos presentes.

Mas a maioria – os outros 70% – ainda mostra ceticismo com a candidatura por achar que um candidato mais ao centro – como Tarcísio de Freitas ou Ratinho Júnior – teria menos rejeição e portanto mais viabilidade eleitoral. 

“Boa parte das perguntas buscavam saber se a candidatura dele era firme mesmo. E ele colocou lá que não tem volta, que ele é o candidato,” disse um empresário que estava no almoço.

A corte da Faria Lima está só começando. O pré-candidato já tem uma agenda de almoços, eventos e podcast na terça e quarta que vem.

Com honestidade brutal, um empresário do setor de energia disse estar angustiado “por não termos um grande administrador liderando a chapa”, numa referência aos atuais governadores de centro-direita.  

Outro, do setor da construção civil, questionou por que Flávio tinha “tanta certeza de que vai para o segundo turno,” reiterando seu ceticismo sobre a candidatura.

Mas pelo menos um empresário presente disse que Flávio saiu melhor do que entrou.  

“Ele foi muito articulado, falou bem e se colocou como  um moderado. Falou que a campanha está represada, e que tem sangue do Bolsonaro e a força da bandeira eleitoral dele, da família,” disse ele.