Começou a contagem regressiva para a 35ª Bienal de São Paulo, que abre na quarta-feira que vem, atraindo curadores, diretores de instituições e colecionadores do mundo todo.
Para aproveitar esse fluxo internacional, o calendário cultural de São Paulo está efervescente.
O Brazil Journal compilou 6 eventos de arte imperdíveis nas próximas semanas na capital paulista.
1. 30 ago – 3 set | SP-Arte Rotas Brasileiras
Fernanda Feitosa abriu hoje a segunda edição da SP-Arte focada em projetos regionais: são 70 projetos criados especialmente para o evento.
“Do ponto de vista do mercado, a feira traz renovação e lança luz sobre uma produção muito rica e diversa, tanto histórica quanto atual,” disse Fernanda. “Reunimos a essência da arte brasileira.”
Entre as “rotas brasileiras” da feira, sugiro uma visita ao stand do Sertão Negro, o projeto que o artista Dalton Paula e sua companheira Ceiça mantêm em Goiânia.
Misto de ateliê, escola e centro espiritual, o Sertão Negro é um espaço para artistas residentes receberem a mentoria de Dalton. A feira agora traz obras destes artistas para São Paulo.
Outra rota que vale a pena é rever a obra de Heitor dos Prazeres (1898-1966) no stand da Galeria Almeida e Dale.
A seleção de obras do pintor Aldo Bonadei do escritório de arte Paulo Kuczynski também está espetacular, um dos pontos altos da feira.
A Galeria Marco Zero, de Recife, apresenta o Movimento Armorial (fundado por Ariano Suassuna) e artistas contemporâneos selecionados do Sertão brasileiro.
O projeto Igreja do Reino da Arte, criado por Maxwell Alexandre, Eduardo de Barros e Raoni Azevedo, traz trabalhos de residentes da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Além das duas feiras anuais, a SP-Arte mantém uma casa permanente no Jardim Paulista para exposições e eventos. Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil, do artista Maxwell Alexandre, fica em cartaz até 7 de outubro.
2. 30 ago – 3 set | Feira de Arte – “Arte dos Mestres”
No mesmo período da feira, e no prédio vizinho ao da SP-Arte, a ONG Artesol faz a exposição Arte dos Mestres.
São 20 mestres e famílias de vários estados, mostrando mais de 200 obras. O evento celebra os 25 anos do projeto que fomenta o trabalho das comunidades de artesanato em todo País.
A fundadora do projeto, Sônia Quintella, disse que esta é “a primeira grande feira de arte popular brasileira. Queremos mostrar ao Brasil inteiro esta riqueza de arte cujos saberes e fazeres muitas vezes passam de geração em geração mantendo assim a nossa cultura regional sempre viva.”
3. 6 set – 10 dez | Bienal de São Paulo
A 35ª Bienal de São Paulo, intitulada Coreografias do Impossível, foi concebida por quatro curadores: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.
Eles escolheram 121 artistas com foco nos povos originários. Os participantes presentes nesta Bienal “desafiam o impossível em suas mais variadas e incalculáveis formas. Vivem em contextos impossíveis, desenvolvem estratégias de contorno, atravessam limites e escapam das impossibilidades do mundo em que vivem.”
Mais: “Lidam com a violência total, a impossibilidade da vida em liberdade plena, as desigualdades, e suas expressões artísticas são transformadas pelas próprias impossibilidades do nosso tempo,” dizem os curadores.
José Olympio Pereira, o presidente da Bienal, destaca a importância desta edição. “Estamos testemunhando a convergência de artistas excepcionais, ideias transformadoras e um diálogo incisivo sobre as questões urgentes do nosso tempo. Essa exposição se tornará um legado duradouro, inspirando gerações futuras e redefinindo os limites do que é possível na expressão artística.”
4. até 17 set | Aberto/02
Na sequência do sucesso de sua primeira edição, o Aberto/02 acontece na residência que Vilanova Artigas projetou em 1974 em Santo Amaro. São mais de 100 obras com a curadoria de Claudia Moreira Salles, Kiki Mazzucchelli e Filipe Assis, idealizador do evento.
“Depois da primeira edição, ganhamos corpo tanto nas artes como no design,” disse Filipe. Desde sua abertura há duas semanas, o Aberto/02 tem superado todas as expectativas de público.
5. 2 set – 28 jan | Sonia Gomes no Octógono da Pinacoteca
Convidada a ocupar a área central da Pinacoteca de São Paulo, uma das artistas mais importantes do País enfrentou um desafio inédito: criar uma obra em escala monumental, mantendo seu traço artesanal.
Conhecida por suas obras que usam tecidos, cordas e raízes de forma escultórica, Sônia Gomes sempre moldou suas obras usando suas mãos ou seu próprio corpo. Na Pinacoteca, o público terá a chance de ver o resultado do trabalho da artista, que aos 75 anos não para de se desafiar e superar. Sônia também é um dos destaques da Bienal.
6. 2 set – 28 jan | Laercio Redondo no MAC USP
O MAC USP apresenta a instalação inédita As Maravilhas, de Laercio Redondo, o artista brasileiro radicado na Suécia. Uma nova série de 17 esculturas móveis homenageia figuras da cultura brasileira, como Leila Diniz, Hélio Oiticica, Clara Nunes, Elza Soares, Elke Maravilha e Ney Matogrosso.
Cada escultura móvel explora a representação dos corpos de forma política, dada sua relação com gênero, orientação sexual e diversidade étnica. Laercio Redondo consegue como poucos materializar questões complexas de forma poética e potente.