O Grupo Traxión, a maior empresa mexicana de logística, acaba de anunciar um follow-on de 5 bilhões de pesos mexicanos (ou US$ 300 milhões).
O Traxión domina a logística de carga entre México e EUA, o que faz da empresa uma das maiores beneficiárias do nearshoring – o redesenho das cadeias de suprimento que visa trazê-las para mais perto do mercado consumidor.
A maior parte da transação (US$ 180 milhões) vai financiar o crescimento da empresa, mas há também uma tranche secundária do Discovery Americas, um fundo de private equity mexicano.
Fundada em 2011 por um grupo de empresários do setor de transporte e fundos de private equity, a empresa fez seu IPO em 2017 e hoje vale US$ 1,15 bilhão na Bolsa do México, negociando a 6x EV/EBITDA 2024.
Empresas comparáveis de light-asset trucking nos EUA – como a RXO e a C.H. Robinson – negociam ao redor de 15x. (Cerca de 33% do business da Traxión é leve em ativos.)
A receita do Traxión é dividida em mais ou menos três partes iguais: o transporte de funcionários de empresa em ônibus corporativos; o negócio de frete; e uma vertical de logística e tecnologia que inclui a maior operação de logística last-mile do México e soluções integradas de logística para clientes, incluindo galpões e um marketplace de cargas.
A transação deve ser oferecida a gestores de ações no Brasil depois que a Resolução CVM 160, de julho de 2022, permitiu que investidores qualificados possam acessar ofertas de empresas do exterior sem registro na CVM.
Os coordenadores globais são JP Morgan, Bank of America e BTG Pactual. Santander, Banorte e Actinver são joint bookrunners na tranche local.
O pricing será dia 10.
Em março, como parte de sua expansão para os EUA, o Traxión pagou US$ 10 milhões pela BBA Logistics, uma corretora de frete internacional porta a porta sediada em Las Vegas. Em setembro passado, a companhia já havia pago US$ 6 milhões pela V-Modal, uma empresa mexicana de logística ferroviária que atende clientes com fretes para os EUA e Canadá.
SAIBA MAIS
OPINIÃO: Para surfar o nearshoring, o Brasil tem que arrumar a casa