A Nestlé anunciou hoje que irá cortar 16 mil postos de trabalho nos próximos dois anos, sendo 12 mil cargos de gestão e 4 mil de manufatura.

“O mundo está mudando e a Nestlé precisa mudar mais rápido. Isso incluirá tomar decisões difíceis, mas necessárias,” disse o novo CEO da gigante suíça, Philipp Navratil.

A ação da dona do Kit Kat subiu 9,2% — seu maior ganho diário em 17 anos — para 83,15 francos suíços. Em 12 meses, o papel recua 1%. 

Segundo Navratil, sua prioridade é impulsionar o crescimento da empresa com foco em real internal growth, e para isso deve adotar uma postura mais rigorosa em relação a investimentos e poupar 3,0 bilhões de francos suíços até o final de 2027 — a meta anterior era de 2,5 bilhões.

“Não podemos aceitar perder share de mercado nunca. Precisamos lutar,” afirmou o executivo que tem 24 anos de casa e tocava o negócio da Nespresso antes de chegar ao posto de CEO. “As ações que estamos tomando garantirão o futuro da Nestlé como líder em nosso setor e nos permitirão melhorar nosso desempenho geral e gerar valor para os acionistas.” 

A Nestlé já havia estabelecido um plano de cortes de custos no fim do ano passado, ainda sob o comando do ex-CEO Laurent Freixe, que foi demitido por não comunicar que mantinha um relacionamento romântico com uma subordinada.

Além da meta de corte de custos, Freixe tentava realizar um spinoff da divisão de águas da Nestlé e estudava vender marcas de vitaminas e suplementos que estavam registrando resultados abaixo do esperado.

A Nestlé também publicou seu terceiro tri hoje, com as vendas orgânicas crescendo 4,3% em um ano impulsionadas por preços mais altos e uma melhora do real internal growth.

Os analistas ainda prevêem, no entanto, que o lucro líquido da empresa cairá pelo segundo ano consecutivo em 2025, segundo a Barron’s.

A Nestlé vale 213 bilhões de francos suíços na Bolsa.