O Grupo Pão de Açúcar acaba de contratar bancos para uma oferta de ações de R$ 1 bilhão que vai ser usada para reduzir ainda mais sua alavancagem.
O GPA contratou o Itaú BBA e o BTG para analisar a viabilidade da oferta e a BR Partners como assessor financeiro da operação.
A oferta será 100% primária com todos os recursos entrando no caixa da companhia.
Segundo o GPA, todo o capital levantado vai ser usado na redução do endividamento da companhia, que vem sendo um de seus focos prioritários desde que o CEO Marcelo Pimentel assumiu o comando em abril do ano passado.
De lá para cá, a varejista fez uma operação de sale and leaseback de 11 lojas, levantando R$ 300 milhões, e vendeu dois terrenos por mais R$ 300 milhões.
Mais recentemente, fechou um acordo para vender sua participação de 13,3% no Éxito por R$ 800 milhões, e sua participação de 34% na Cnova por R$ 50 milhões.
A alavancagem do GPA terminou o terceiro tri em 2,5x EBITDA, sem considerar a venda do Éxito e Cnova. No Investor Day da semana passada, o CEO Marcelo Pimentel disse que o plano é cortar a alavancagem pela metade até o final do ano que vem.
A oferta deve gerar uma diluição brutal para os acionistas que não participaram da oferta. Como o valor almejado é praticamente equivalente ao market cap atual da companhia, de R$ 1,17 bilhão, a diluição será próxima de 50%.
No documento, o GPA disse ainda que vai chamar uma assembleia de acionistas para o dia 11 de janeiro para aprovar o aumento de capital e para propor um novo conselho de administração “condicionado à liquidação da potencial oferta.”
Segundo o GPA, a chapa foi alinhada entre a diretoria da companhia e seu atual controlador, o francês Casino.
A chapa será composta por nove membros, sendo seis independentes.
Os novos membros independentes são: José Luiz Gutierrez, Márcia Nogueira de Mello, e Rachel de Maia. O Casino indicou Christophe José Hidalgo e Philippe Alarcon e foram reconduzidos ao cargo Eleazar de Carvalho Filho, Luiz Augusto de Castro Neves, Renan Bergmann e Marcelo Pimentel.