O BTG Pactual acaba de fazer mais uma rodada de cortes nas previsões de lucros das companhias sob sua cobertura – de 6% e 4%, respectivamente, para 2016 e 2017.
Desde o começo do ano, as estimativas para ambos os anos já foram reduzidas em 9%.
A maior parte da nova revisão ocorreu por conta de apenas quatro companhias.
Na Ambev, as vendas fracas de cerveja puxaram para baixo as previsões do banco.
No Banco do Brasil, o resultado sofrerá com o aumento das provisões por conta da recuperação judicial da Oi.
Na Embraer, um mercado de jatos executivos mais apertado, o real mais valorizado e o corte de projeções da própria companhia devem se traduzir em menor fluxo de caixa.
Finalmente, nas Lojas Americanas, o desempenho ruim da B2W levou à redução nas estimativas de lucro.
Mesmo com a redução, o BTG ainda acredita numa recuperação forte em relação ao ano passado. Para 2016, o banco estima um aumento de 15% no lucro das empresas que acompanha, para R$ 129 bilhões. (A conta exclui a Petrobras e a Vale, que por sua volatilidade de resultados acabariam distorcendo o resultado final.)
Para 2017, a estimativa é de uma alta adicional de 17%, para R$ 151 bilhões. O desempenho deve ser impulsionado principalmente pelas empresas voltadas ao mercado doméstico, que devem aumentar seus lucros em 18% no próximo ano.
Estas compahias representam hoje 77% do resultado das empresas listadas brasileiras, comparado a 50% no período 2007-2011, quando exportadoras como Vale e Fibria lucravam pesado no superciclo das commodities.
Para o BTG, vários setores ainda crescerão a taxas de dois dígitos, como infraestrutura e transporte (+56%), varejo (+49%), bens de capital (+38%), utilities (+35%), alimentos e bebidas (+20%), incorporação imobiliária (+19%) e bancos (+13%).