A C&A vai lançar um novo conceito de loja, apostando pesado na experiência do consumidor – à semelhança do que a Uniqlo fez no varejo mundial.
Com jornadas mais intuitivas, o novo formato – chamado internamente de “Energia C&A” – terá funcionalidades como totens de autoatendimento nos provadores, self-checkouts com etiquetas de radiofrequência que evitam filas e liberam vendedores para atuar como curadores de moda para os clientes.
Além disso, o novo formato terá um design mais moderno, dando mais destaque aos produtos e facilitando que o consumidor encontre mais rapidamente o que procura.
O anúncio do novo conceito – que será usado tanto na abertura de novas lojas quanto na reforma de lojas existentes – está sendo feito hoje junto com o resultado do segundo tri, o oitavo trimestre consecutivo em que a companhia cresceu seu same-store sales em dois dígitos.
A varejista contratou o Gensler – um escritório de arquitetura de São Francisco que já fez projetos para a NBA Store, H&M e Forever 21 – para criar um modelo de loja voltado para experiência e tecnologia.
A primeira loja do novo modelo será inaugurada daqui a duas semanas no Shopping Center Norte, em São Paulo.
O CEO Paulo Corrêa disse ao Brazil Journal que a ideia da varejista é ampliar as vendas por metro quadrado com o novo conceito – no segundo tri, esse indicador subiu 17,3%. “A chance disso catapultar as vendas é altíssima,” disse Corrêa.
Para este ano, a meta da empresa é de reformar 20 unidades – todas já com o novo conceito – e aumentar a conta para 30 no ano que vem.
“Ela é uma loja mais tecnológica e rebuscada, então tende a custar um pouco mais. Mas acreditamos que isso vai se pagar no aumento do faturamento por metro quadrado,” disse o CEO.
A C&A vem reformulando suas lojas nos últimos anos com foco na melhoria da experiência do cliente.
Segundo Corrêa, a varejista realizou diversas pesquisas com consumidores e percebeu que precisava melhorar – e até aumentar – o sortimento de produtos.
Além disso, as lojas da C&A já haviam sido repensadas para melhorar a experiência de compra do consumidor, o que melhorou a conversão de vendas. Em resumo, produtos similares ficam próximos uns dos outros.
“Se a cliente quer uma calça de modelagem “mom”, está claríssimo que naquele ponto estão todas as opções. Aí ela escolhe a cor, o tamanho e vai direto para o provador, em vez de ficar procurando,” disse.
Segundo Corrêa, esse novo formato deve continuar melhorando os resultados da C&A, que vem surpreendendo o mercado nos últimos trimestres.
O lucro líquido da C&A disparou 138% para R$ 200 milhões no segundo tri, bem acima do consenso de R$ 120 milhões.
“No final do dia estamos falando de consistência. Para completar, o nível de satisfação do cliente saltou 10 pontos em um ano. É um negócio forte,” disse.