Lício Cintra, o executivo que liderou o Grupo São Francisco por 10 anos até sua venda para a Hapvida, será o COO da Dasa a partir de agosto e assumirá como CEO em fevereiro.
Naquela data, o atual CEO, Pedro Bueno, se tornará o vice-presidente executivo do conselho por um ano, iniciando a fase final da transição.
A contratação mostra a família Bueno, que controla a companhia com 79% do capital, recorrendo a um peso-pesado do setor com experiência no trato com operadoras e um histórico robusto de execução para turbinar seu crescimento num momento difícil para o mercado de saúde suplementar, que contrata os serviços da empresa.
Lício passou 14 anos no Grupo São Francisco – 10 como CEO – e esteve à frente da venda do grupo para a Hapvida por R$ 5 bilhões em 2019. Durante sua gestão, o São Francisco passou de uma receita de R$ 28 milhões para R$ 2,3 bi – uma taxa de crescimento composta de quase 40% ao ano.
A Dasa disse que, sob sua gestão, o São Francisco “ficou reconhecido como uma empresa com o cliente no centro do negócio, focada em pessoas, alavancando uma política de meritocracia e de desenvolvimento de talentos.”
O executivo passou os últimos três anos na Hapvida, como membro do conselho e vice-presidente de M&A e comercial. Ele deixou a empresa da família Pinheiro em meados do ano passado.
Pedro Bueno disse ao Brazil Journal que a decisão de recrutar Lício veio por uma “convergência de visões” entre o executivo e o plano estratégico que a Dasa vem executando durante seus oito anos como CEO.
“Ele acredita no modelo de medicina que estamos fazendo – baseada em valor, em fazer o que tem que ser feito – e no uso de tecnologia para transformar um setor reativo num setor proativo,” disse Pedro. “Ele tem uma convergência grande com nosso jeito de fazer as coisas, com nossa cultura e vê o potencial de multiplicar a receita da Dasa por muitas vezes nos próximos 10 anos.”
Pedro assumiu a Dasa em 2015, quando a companhia faturava R$ 3 bilhões. De lá pra cá, estancou a perda de share, fez o turnaround do negócio de diagnósticos, fundiu a companhia com a Impar – marcando sua entrada em hospitais e fazendo nove aquisições – e entrou em oncologia, um nicho onde já fatura R$ 1 bi.
A Dasa deve faturar entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões este ano, segundo analistas, mas ainda luta para reduzir uma alavancagem que fechou o primeiro tri em 3,67x – já considerando o aporte de capital de R$ 1,7 bilhão liderado pela família Bueno e pelo BTG Pactual.
A companhia valia R$ 8,3 bilhões no fechamento de hoje e negocia a cerca de 6,4 EV/EBITDA para 2024, contra 10x para a Rede D’Or.