O mercado financeiro perdeu ontem uma de suas figuras mais queridas: Luiz Fernando Rocha de Sá Moreira.
Sócio-fundador da Reliance e ex-executivo do Pactual, onde montou a área de private banking nos anos 90, Moreira era uma rara unanimidade.
Sua morte refletiu sua vida: foi atropelado na Rodovia dos Bandeirantes ao parar para socorrer uma senhora. Um amigo reconheceu o ato samaritano: “Este era o nosso Sá.”
Era um sujeito singularmente elegante e agradável num mercado onde arrogância e egocentrismo são mais fáceis de achar.
Seu sócio Rodrigo Moraes disse à Jovem Pan que Moreira era “solidário com os amigos, amigos de amigos, seus funcionários, seus sócios, seus pais, sogros, sobrinhos, irmãos. Uma vida de solidariedade, e a fatalidade ocorreu também em um ato de solidariedade.”
Moreira trabalhou no private banking do Chase (89-91) e do Unibanco (91-93), quando foi convidado a montar o mesmo negócio no Pactual porque conhecia pessoalmente e era querido pelos donos de algumas das maiores fortunas de São Paulo. Em 1998, deixou o banco para montar com três sócios a Reliance, uma das maiores empresas de consultoria financeira independente para indivíduos, famílias e holdings.
“A maior característica do Sá era a benquerença,” disse Edson Macedo, que o conheceu no Pactual. “Não havia quem o conhecesse e não se encantasse e gostasse profundamente dele.”
Moreira tinha 58 anos. Deixa a esposa, Viviana, e três filhos.
O enterro será hoje, às 16 horas, no Cemitério Gethsêmani Morumbi, onde o velório está acontecendo.