Pedro Zemel está deixando de lado o mundo fitness dos esportes para aderir ao bom e velho fast food.
O ex-CEO do Grupo SBF, dono da Centauro e da Nike Brasil, vai comandar a Zamp, a holding que é dona do Burger King, Popeyes, Starbucks e Subway no País.
A contratação coloca no comando da Zamp um executivo que liderou o Grupo SBF por nove anos, um período durante o qual o EBITDA da companhia multiplicou por 12x (de R$ 50 milhões para R$ 700 milhões).
Mais recentemente, o executivo também liderou um processo de desalavancagem e melhora na geração de caixa da companhia.
Na Zamp, Zemel vai substituir Paulo Camargo, o ex-CEO do McDonald’s no Brasil que havia assumindo o comando da empresa há apenas sete meses.
Paulo deixou a companhia na semana passada, deixando o CFO Gabriel Guimarães como CEO interino.
Zemel começará na Zamp em abril, depois de concluir a transição no Grupo SBF.
Para escolher seu novo líder, a Zamp entrevistou diversos executivos num processo liderado pela Russell Reynolds. “Ele consegue alinhar muito bem o pensamento estratégico e financeiro e tem cabeça de dono e visão de longo prazo,” uma fonte próxima ao conselho disse ao Brazil Journal.
Outro ponto que pesou na decisão foi o fato de Zemel ter um bom histórico como formador de equipe. “Ele consegue empoderar muito os vice-presidentes, usando sua experiência para capacitar e construir um time forte,” disse essa fonte.
Isso é especialmente importante na Zamp porque a companhia agora tem quatro marcas diferentes lideradas por vps — que na prática são os CEOs dessas operações.
A mudança no comando vem cerca de um ano depois do Mubadala adquirir o controle da Zamp. No ano passado, já sob controle do Mubadala, a Zamp comprou as operações do Starbucks e do Subway depois que a SouthRock entrou em recuperação judicial.
Hoje, o Mubadala tem 73% do capital da Zamp. A RBI (dona das marcas Burger King e Popeyes) tem outros 6%, e o family office de Robert Belfer, que fez fortuna na indústria do petróleo, tem 5%.
O mandato de Zemel será acelerar a expansão das quatro marcas e integrar os ativos, buscando sinergias de custo e receita. A Zamp não deve buscar novos M&As no curto prazo.
Internamente, a visão é que a Zamp se estruture como uma holding para dar suporte às marcas, atendo-se às funções corporativas e empoderando os times das marcas para execução, disse a fonte que tem trânsito junto ao conselho.
Depois da ação derreter quase 50% nos últimos 12 meses, a Zamp hoje vale pouco mais de R$ 1 bilhão na Bolsa. O papel fechou hoje a R$ 2,49.