Eugênio de Zagottis — o vice-presidente de relações com investidores e novos negócios da RD e uma figura histórica da companhia — vai deixar sua posição executiva depois de 25 anos.
Eugênio deixará o cargo em 30 de abril e assumirá uma posição no conselho da dona da Raia e da Drogasil.
As funções de Eugênio serão repassadas a outros vps e diretores. Flávio Correa, o atual diretor de RI e assuntos corporativos, que se reportava a Eugênio, foi promovido a diretor executivo estatutário e passará a se reportar diretamente ao CEO Marcílio Pousada.
A ideia é que Marcílio também passe a ser mais presente na relação com os investidores.
Nos últimos meses, Eugênio já passou a área de planejamento corporativo ao vp financeiro Antônio Coelho; e a vertical de vendas para planos de saúde e empresas, ao vp comercial e de marketing, Marcello de Zagottis, que também assumirá a operação de marcas próprias em breve.
Já o corporate venture capital da RD ficará debaixo de Renato Raduan, o vp de operações, supply chain e expansão.
“Até pelo tempo que estou na empresa, acho que minhas contribuições daqui pra frente são muito mais importantes do ponto de vista estratégico do que operacional,” Eugênio disse ao Brazil Journal. “Também quero começar a ter uma vida fora da RD. Fazer outras coisas.”
Depois de passar pela McKinsey e a Arthur Andersen, Eugênio começou na então Droga Raia como diretor comercial no ano 2000.
Na empresa – fundada por seu bisavô materno, João Baptista Raia, que criou o negócio em 1905 – Eugênio liderou diversos movimentos estratégicos, incluindo a captação de private equity com o Gávea Investimentos e a Pragma, o IPO e a fusão com a Drogasil, que criou um líder disparado do setor.
Depois da fusão, ele assumiu um papel mais estratégico e liderou diversas transações como a compra da Onofre em 2019, e da 4Bio, uma empresa de medicamentos especiais, em 2015. Na época da compra, a 4Bio faturava R$ 120 milhões; este ano, deve faturar R$ 3 bilhões.
Eugênio (que é Pipponzi por parte de mãe) faz parte do bloco de controle da RD, que detém 30% do capital da companhia. As outras duas famílias que compõem o bloco são os Pires, netos do fundador da Drogasil, e a família Galvão, acionista da Drogasil desde a década de 70.
Eugênio disse que a transição anunciada hoje vem sendo organizada há mais de um ano.
No conselho, ele pretende participar dos comitês de finanças e de estratégia.
Com sua saída, o número de vps da RD vai cair de sete para seis.
Flávio — que vai assumir o cargo de diretor executivo de RI — está há quatro anos na RD. Antes, trabalhou na Península Participações, como gestor de private equity, depois de ter passado décadas no varejo, em empresas como o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart Brasil.