Tá certo que dinheiro chama dinheiro, mas nada se compara à maior estória viral do WhatsApp desta quarta, que narrou a sorte cavalar do empresário Pedro Grendene, mais conhecido pelas sandálias Azaleia e por ser casado com a perfumista Tania Bulhões.
Grendene apostou US$ 100 mil e levou US$ 3,5 milhões no Conrad, o famoso cassino de Punta del Leste.
Que jeito sensacional de passar um réveillon, você pensa, exceto por um pequeno detalhe: não foi bem assim que as coisas aconteceram.
Como na era do WhatsApp o que acontece em Punta não fica em Punta, as imagens de um Grendene relaxado, trajando uma camisa florida e tomando uma taça de vinho tinto antes de sua aposta gloriosa, circularam ontem com a mesma popularidade que uma delação da Lava Jato, acompanhadas de várias versões sobre o tamanho da aposta e a magnitude do prêmio.
A primeira versão que ouvimos dizia que o prêmio foi de US$ 479 mil para uma aposta de US$ 15 mil.
A segunda, que a aposta foi de US$ 100 mil, e o prêmio, de US$ 3,5 milhões.
Até o Glamurama, site versado nos momentos hedonísticos da plutocracia nacional, noticiou um prêmio “perto de US$ 100 mil”, e ainda comentou que a soma, “apesar de significativa para a maioria dos mortais”, é “praticamente um cafezinho perto do patrimônio total do empresário gaúcho,” que o Glamurama estima em US$ 750 milhões. (O site lembra que Pedro é “o segundo maior acionista da Grendene, depois de seu irmão Alexandre, além de ser o controlador da Vulcabras Azaleia.”)
Mas no mundo do ‘fake news’ e da tal ‘pós-verdade’, a roleta da sorte para em qualquer número, menos na informação factual.
“A coisa cresce demais [risos],” uma fonte que estava lá disse ao Brazil Journal. “Não foi tanto assim… Estávamos num grupo de amigos jogando na roleta, e pra fechar a noite resolvemos apostar todos juntos no 32.. e deu na lata! A bolada não foi tão grande, mas foi em torno de 20 paus em aposta e em torno de 200k de dólar em prêmio, mas isso para toda mesa.”
Mas sabe onde a história fica mais sensacional? Quando você descobre que o apostador que aparece no vídeo — apesar de tudo que você já leu no Whatsapp e na internet — não é Pedro Grendene, e sim um de seus filhos, Pedro Bartelle, conhecido como Pedrinho, o CEO da Vulcabrás.
No mundo do WhatsApp, ninguém aposta mais no bom e velho hábito de checar os fatos.