A ação do Assaí caiu 6% hoje com dúvidas sobre se a empresa estaria considerando uma oferta primária.
O papel começou a ceder depois que a empresa respondeu à pergunta de um investidor sobre a eventual necessidade de uma oferta primária para reduzir a alavancagem com a frase: “Estamos analisando a possibilidade para endereçar essa questão dos juros, porque achávamos que os juros iam cair mais rápido.”
O comentário – feito esta manhã num evento do UBS para investidores institucionais – causou consternação no buyside por vir dias depois de uma grande oferta secundária na ação.
O papel chegou a cair 6%, recuperou um pouco quando o sellside contactou a empresa – que negou planos de uma oferta – mas voltou a enfraquecer e fechou o dia perto da mínima, com queda de 5,7% a R$ 15,21.
No mesmo encontro, o Assaí também disse que espera pressão nas margens nos próximos trimestres.
O Assaí passa por um momento de transição de empresa de controlador para uma corporation com capital pulverizado, agora sob o comando absoluto do CEO Belmiro Gomes. No follow-on da semana passada, o Casino reduziu seu stake no Assaí de 30,5% para 11,7%.
Festejado como um dos CEOs operacionais mais exitosos do Brasil por entregar um crescimento de 30% ao ano nos últimos anos, Belmiro já está em conversas com o mercado para liderar uma renovação completa do board.
Segundo investidores com interlocução com a companhia, Belmiro tem sugerido nomes de sua confiança para substituir virtualmente todos os conselheiros atuais.
Nas contas de um analista, mesmo não sendo uma companhia muito alavancada, o Assaí deve gerar um fluxo de caixa operacional de R$ 5,5 bi este ano, mas terá que despender R$ 6,5 bi entre capex de expansão, pagamento de lojas comparadas do GPA e serviço da dívida – o que deve atrasar a desalavancagem da companhia.