A Vivo acaba de fechar a compra de 50% do capital da FiBrasil pertencente ao fundo canadense CDPQ por R$ 850 milhões, num movimento que consolida a aposta da operadora na infraestrutura de redes de fibra óptica.
A companhia comandada por Christian Gebara já detinha 25,01% da provedora de rede neutra. Os 24,99% restantes pertencem à Telefónica Infra, uma subsidiária da Telefónica – a controladora da Vivo.
O negócio precisa do aval do CADE e da Anatel.
A aquisição – a maior desde a compra de parte dos ativos da Oi Móvel em 2022 – permitirá à Vivo consolidar os resultados da FiBrasil, assim como a dívida líquida de R$ 810 milhões da futura controlada. A FiBrasil foi avaliada a um enterprise value de R$ 2,5 bilhões.
Ricardo Hobbs, o vice-presidente de estratégia da Vivo, disse que a aquisição não deve mudar a posição de caixa líquida da companhia.
“Esse foi um passo para uma consolidação futura do mercado pela Vivo, pois é um mercado que tem essa característica,” Hobbs disse ao Brazil Journal.
A FiBrasil foi criada há quatro anos como uma operadora de infraestrutura de fibra óptica no modelo de rede neutra, com o objetivo de expandir a cobertura de fibra da Vivo para fora das capitais.
A companhia tem 4,6 milhões de domicílios cobertos (homes passed, no jargão do setor) em 151 cidades de 22 estados, e atende cerca de 700 mil clientes conectados – 95% deles da Vivo.
No ano passado, a FiBrasil faturou R$ 392 milhões. A empresa é a segunda maior rede de infraestrutura do País em domicílio cobertos, atrás apenas da Desktop, com 4,7 milhões de homes passed no fim do primeiro tri.
Com a aquisição, a Vivo chegará a 30 milhões de domicílios cobertos e 7,2 milhões de clientes conectados.
Hobbs disse que a participação do CDPQ foi importante na gênese da companhia diante do tamanho dos investimentos necessários naquele primeiro momento, mas que agora, “a Vivo entende que a partir daqui pode crescer sozinha.”
O mercado de internet por fibra é altamente fragmentado, com 10 mil empresas detendo 64% do mercado. A Vivo tem 18% de market share em fibra.
Hobbs disse esperar que o mercado comece a se racionalizar em termos de expectativas e de múltiplos para a Vivo acelerar as aquisições.
“Telecom é um negócio muito intensivo em capital e, para gerar crescimento, você precisa ter um balanço sólido para investir – algo que a Vivo tem,” disse. “Nosso dilema é sempre entre comprar ou construir.”