A Viveo — a holding que reúne os negócios da Cremer e da Mafra Hospitalar — vai voltar ao mercado com um IPO de esforços restritos, mas desta vez, a oferta já nasce 1,6x oversubscribed, fontes próximas à transação disseram ao Brazil Journal.
A companhia atraiu como âncoras o GIC e a gestora de private equity Siguler Guff. Somados, os investidores internacionais já cobrem dois terços da oferta. Gestoras locais como Dynamo, Brasil Capital e Equitas, que participaram do processo anteriormente, também confirmaram suas ordens.
A companhia não alterou a faixa indicativa desde que tentou vir a mercado em abril, sinalizando que não está focada na maximização de preço. A faixa vai de R$ 19,92 a R$ 25,81.
Levando-se em conta casos similares — companhias que falharam na primeira tentativa e reestruturaram a oferta como uma 476 bem ancorada e não foram gulosas em preço — isso é um bom presságio. Infracommerce e Banco BR Partners, que passaram por situações semelhantes, estão entre as cinco melhores performances de IPOs do ano.
A R$ 20 por ação, a Viveo deve levantar R$ 700 milhões, com os acionistas vendendo outros R$ 800 milhões numa tranche secundária. Assumindo a colocação do hot issue e greenshoe, a oferta pode chegar a R$ 2 bilhões.
A companhia — que tem aumentado seu EBITDA 24% ao ano organicamente e 34% quando se consideram as aquisições — está saindo a um valuation pre-money entre 10x e 13x EV/EBITDA 2021, em linha com os specialty distributors americanos como Owens & Minor e Henry Schein, e a um desconto em relação aos 15-16x das drogarias listadas no Brasil.
A Medline, talvez a melhor proxy para o ecossistema que a Viveo está construindo, foi vendida no mês passado a um múltiplo estimado de 14x EBITDA para um consórcio formado pelo Blackstone, Carlyle, Hellman & Friedman e o próprio GIC.
Os coordenadores da oferta são JP Morgan (líder), Itaú BBA, BTG Pactual, Safra, Bradesco, UBS BB e Bank of America.