Às vésperas de um IPO que lhe permitirá investir em seu ecossistema de produtos médicos, a Viveo acaba de comprar duas fabricantes de lenços umedecidos, adicionando a seu portfólio uma categoria relevante mas ainda com baixa penetração no Brasil.

A holding controlada pela DNA Capital, da família Bueno — que reúne os negócios da Cremer e da Mafra Hospitalar — pagou R$ 300 milhões pela Daviso, uma empresa de São Paulo, e pela FW, de Blumenau.

As aquisições constam de uma atualização do prospecto do IPO feita ontem à noite no site da CVM.  

As duas fabricantes de lenços têm receita líquida somada de cerca de R$ 250 milhões. 

A Viveo quer ampliar a distribuição do produto para além do canal tradicional de farmácias. O plano é vender também para hospitais e laboratórios, que cada vez mais têm usado os lenços no processo de assepsia. 

A FW é dona da marca Feelclean, responsável por 40% de sua receita. Já a Daviso faz 80% de seu faturamento fornecendo lenços ‘white-label’ para clientes como Natura, Boticário e Kimberly-Clark. 

As compras simultâneas sugerem que a Viveo enxerga sinergias entre as duas operações.

No prospecto, a companhia também aumentou o tamanho da oferta de R$ 1,5 bi previsto inicialmente para R$ 2 bilhões. Do total, R$ 600 milhões vão para o caixa da empresa e o restante dará saída a alguns acionistas. 

A transação foi lançada hoje e deve ser precificada em 8 de abril.  Apesar da volatilidade brutal dos últimos dias, os bancos decidiram lançar a oferta depois de receber interesse firme de pelo menos três gestoras long only. A faixa de preço vai de R$ 19,92 a R$25,81.

Os coordenadores são JP Morgan (líder), Itaú BBA, BTG Pactual, Safra, Bradesco e Bank of America.

 

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