O UBS BB acha que o mercado não está precificando nem as melhoras de margem da Vibra nem os resultados da Comerc, a comercializadora de energia do grupo que deve fazer mais de R$ 1 bi de EBITDA este ano.
O banco publicou um relatório hoje reiterando a recomendação de ‘compra’ para o papel e aumentando seu preço-alvo de R$ 29 para R$ 36, um upside potencial de 44% em relação ao preço de tela.
“Depois de três anos de alta volatilidade nas margens entendemos a hesitação do mercado em precificar margens melhores,” escreveu o analista Luiz Carvalho.
“No entanto, os comentários de players da indústria têm sido unânimes de que vamos continuar a ver níveis melhores em 2024, ajudados por um ambiente competitivo menos agressivo e mudanças regulatórias que reduziram impostos.”
Enquanto o mercado precifica uma margem de R$ 130-135/m³ para este ano, Carvalho acha que a margem do ano deve ficar em R$ 154/m³, com o turning point acontecendo a partir do segundo trimestre.
O UBS disse ainda que espera que a Comerc faça um EBITDA de cerca de R$ 1 bilhão este ano, dado que no quarto tri ela já entregou R$ 256 mi.
“Considerando a participação da Vibra, esse EBITDA vai representar 9% do nosso EBITDA para a Vibra em 2024,” escreveu Carvalho. “Achamos que quando os investidores passarem a ver esse inflow de resultados, os mercados vão ganhar mais confiança e precificar melhor o ativo.”
Dada a baixa alavancagem da companhia, o UBS também acredita que a Vibra deve se tornar uma grande pagadora de dividendos já neste ano, com o banco estimando um dividend yield de 7,6%.
O ponto de atenção, segundo o analista, é a potencial transação com a Eneva, que continua como um overhang na ação. “Mas a probabilidade de haver um negócio caiu, e nosso cenário-base é que ele não vá adiante.”
O UBS vê a Vibra negociando a 8,2x o EBITDA deste ano. A empresa vale R$ 28,4 bilhões na B3.