Executivos e empresários do setor petroquímico acreditam que, pelo tamanho da Braskem e aparente ausência de multinacionais interessadas em comprar o ativo, a melhor forma da Odebrecht monetizar sua participação na companhia seria a formação de um grande consórcio envolvendo empresas internacionais, nacionais e investidores financeiros.
Organizando direitinho, todo mundo levaria a parte que quer.
No desenho que está sendo falado nos bastidores do setor, o Mubadala poderia ficar com os ativos da Braskem no Nordeste — já que o fundo soberano acaba de comprar a refinaria da Petrobras na região.
Em São Paulo, a Unipar e a multinacional belga Solvay poderiam se interessar pelo antigo polo petroquímico de Capuava, onde ambas teriam sinergias.
No Rio Grande do Sul, a Ultrapar poderia ficar com o Polo Petroquímico, a base de nafta mais moderna do País, que se encaixaria com seu interesse na refinaria Alberto Pasqualini, em processo de venda pela Petrobras.
O Polo do Rio, que fica quase dentro da Reduc, a refinaria da Petrobras, ficaria com a própria estatal. Por um lado, a Petrobras estaria saindo da Braskem, mas a lógica industrial recomendaria que ela ficasse com as 500 mil toneladas de polietileno à base de gás que o Polo do Rio produz.
Já os ativos internacionais ficariam nas mãos de players europeus e americanos. A Borealis ficaria com as duas plantas de polipropileno da Europa, e a LyondellBasell, que no passado já tentou comprar a Braskem inteira, poderia ficar com o México.
Finalmente, os ativos nos EUA, onde a Braskem é o maior produtor de polipropileno do país, poderiam ir para fundos de private equity como Apollo e Advent, que já manifestaram interesse.
Agora, só falta um banco de investimentos para montar o consórcio. Está longe de ser trivial, mas poderia ser o M&A do ano.
O Morgan Stanley representa a Odebrecht, agora renomeada Novonor.