O grupo que representa a maior parte do varejo brasileiro está pedindo ao governo a suspensão da cobrança de impostos municipais, estaduais e federais pelos próximos 120 dias, uma medida que daria fôlego aos varejistas para sobreviver em meio à paralisação geral da economia. 

A ideia é que as empresas possam adiar o pagamento de impostos das competências de março, abril, maio e junho, que depois seriam pagos em 6 parcelas a partir de julho.

A proposta foi encaminhada hoje pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) ao Ministro Paulo Guedes e aos presidentes das duas casas legislativas.

“Não estamos pedindo isenção, estamos pedindo uma prorrogação por causa do caixa, para recomeçarmos a pagar quando a economia já estiver voltando a se recuperar,” Marcelo Silva, o ex-CEO do Magazine Luiza e atual presidente do IDV, disse ao Brazil Journal. “Se com uma semana parada as grandes empresas já estão sentindo o impacto, imagina o pequeno varejo.”

“Para que isso ocorra, entendemos que o governo Federal precisa ajudar os estados e municípios para eles terem fôlego pra fazer isso.” 

Durante o período do lockdown, o IDV também está pedindo a abertura de pequenos espaços nas lojas para operacionalizar o ‘click and collect’  a modalidade de venda em que o consumidor compra no e-commerce e retira o produto na loja. 

A abertura seletiva também seria importante para permitir o pagamento de carnês, uma artéria central para o fluxo de caixa de empresas como a Via Varejo. 

As medidas foram debatidas ontem pelos 70 associados da entidade, que representa nomes como B2W, Carrefour, Centauro, Boticário e Burger King. Juntas, as empresas do IDV faturam mais de R$ 345 bilhões e empregam 750 mil funcionários em 30 mil lojas.

Marcelo disse que os ajustes na lei trabalhista pedidos pelo grupo já foram quase todos atendidos com a MP 927 editada ontem. 

Em relação à reabertura total das lojas, Marcelo disse que o IDV deve apresentar um posicionamento em breve.