Foi-se o tempo em que o passageiro da business class se contentava com um cardápio requintado e uma poltrona 100% reclinável.
Hoje, ele também quer furar a fila.
Pensando nisso, a United Airlines acaba de adquirir uma fatia da Clear, uma startup que oferece tecnologia de biometria por impressão digital, reconhecimento facial ou pela íris – permitindo reduzir o tempo na fila em pontos de identificação e segurança nos aeroportos.
A tecnologia da Clear já está em 31 aeroportos nos EUA, na entrada de estádios esportivos e arenas de shows, e em pontos de locação de automóveis da Hertz.
Os valores da transação não foram revelados – mas a intenção é investir na instalação de totens com leitores biométricos nos aeroportos em que a United concentra operações, como Newark, Houston e Chicago.
A Clear funciona num modelo de assinatura: para evitar filas, os clientes pagam US$ 179 ao ano. Já são 3,8 milhões de assinantes.
A United planeja oferecer a assinatura completa da Clear de graça ou com desconto aos seus viajantes mais frequentes – a depender da categoria do programa de fidelidade.
A United segue os passos da Delta, que detém 7% da Clear. Além do acesso aos totens da Clear, os membros do programa Delta Sky Club usam suas digitais para entrar nas 50 salas VIPs da companhia em voos domésticos. A United deve copiar a conveniência.
A biometria da Clear não dispensa o passageiro de passar pela segurança no aeroporto, mas a identificação prévia agiliza muito o processo.
No mercado doméstico, a Clear compete com o TSA PreCheck, que tem 7 milhões de assinantes, é mais barato (US$ 85 por cinco anos) e está em mais de 200 aeroportos.
A comodidade não vem sem riscos. No início do ano, a empresa que fornece a tecnologia para o departamento de imigração dos EUA foi alvo de um ataque cibernético.
A Clear garante que não comercializa dados de usuários e nunca teve seu sistema violado.