A Enjoei acaba de divulgar mais um trimestre de melhora no EBITDA – o que o fundador e CEO Tiê Lima define como uma “nova realidade” para a companhia especializada no mercado de second hand.
O EBITDA ajustado da companhia – que remove os efeitos de despesas de M&A e stock options – ficou em R$ 2,6 milhões, revertendo um número negativo de R$ 5,6 milhões um ano antes. É o segundo tri consecutivo de um EBITDA ajustado positivo.
Computando os itens não-recorrentes, o EBITDA da Enjoei foi negativo em R$ 5,5 milhões – contra um EBITDA negativo em R$ 13 milhões no tri imediatamente anterior e R$ 9,6 milhões negativos um ano atrás.
O avanço do EBITDA acontece graças a uma expansão acima do planejado da plataforma online da Enjoei, além de um reposicionamento de marca da Elo7, que terá um foco maior em festas e eventos.
“A nossa expectativa é manter essa trajetória e vejo com uma tendência que veio para ficar,” Lima disse ao Brazil Journal.
A empresa reportou um crescimento de 58% no GMV ano contra ano, para R$ 382,5 milhões. A receita líquida subiu ainda mais: uma alta de 71%, a R$ 61 milhões.
A margem bruta deu um salto de 9,8 pontos percentuais e bateu 54,3%.
O bottom line, no entanto, continua no negativo: a empresa teve uma alta de 9% no prejuízo, que ficou em R$ 9,8 milhões.
Lima disse que o foco da companhia agora é reverter esse prejuízo. “Fomos uma linha de cada vez: primeiro foi o crescimento, depois foi o EBITDA e agora queremos focar no lucro para o médio prazo,” disse.
Segundo o executivo, o varejo físico será fundamental para essa virada.
A empresa inaugurou sua primeira loja na última semana de abril. Entre 25 de abril e 2 de maio, a loja recebeu 3,9 mil visitantes, vendeu 3,2 mil peças e comprou outras 1,9 mil para revenda.
A Enjoei vai abrir outras duas unidades próprias ainda em 2024 e depois partir para franquias. A meta é chegar a 300 contratos assinados até o fim de 2025.
Lima se mostra otimista com o varejo físico por causa da Winmark, empresa de second hand listada na Nasdaq que tem mais de 1,3 mil franquias nos Estados Unidos e no Canadá.
Com um valor de mercado de US$ 1,3 bilhão, a ação da empresa sobe 14% nos últimos doze meses – e está próxima das suas máximas históricas.
“Estamos em um momento propício para expansão. Vamos estabelecer a nossa rede e o nosso custo de aquisição vai diminuir,” disse.
A empresa quer aproveitar a expertise da Cresci e Perdi, o brechó voltado para o público infantil pelo qual a Enjoei pagou R$ 30 milhões por uma fatia de 25%. A Enjoei tem a opção de comprar todas as ações em 2028.
A ação da Enjoei sobe 166% nos últimos 12 meses, mas a empresa ainda está 80% abaixo do valor do IPO. A companhia vale R$ 496 milhões na B3.