A Ultrapar acaba de anunciar que Marcos Lutz, o ex-CEO da Cosan, assumirá como CEO da companhia em janeiro para um mandato até março de 2023, quando o executivo provavelmente se tornará chairman da companhia.
O mandato do atual chairman, Pedro Wongtschowski, termina em abril de 2023.
A escolha de Lutz — que deixou a Cosan em março de 2020 — é a peça mais aguardada no quebra-cabeça da sucessão da Ultrapar.
A Ultrapar disse que o plano é “preparar” Lutz, conselheiro da empresa desde abril, para “potencialmente recomendá-lo” à posição de chairman, “visando seu aprofundamento nos diversos negócios do Grupo Ultra.”
Como parte deste processo, o atual CEO, Frederico Curado, vai se tornar vice chairman da companhia a partir de janeiro de 2022, substituindo Lúcio de Castro Andrade, que vai se aposentar após 45 anos no grupo.
A troca de guarda — ainda que escalonada — vem no momento em que a Ultrapar concluiu uma revisão de portfólio na qual a dona da Ipiranga vendeu a Oxiteno e a Extrafarma.
Agora, os três negócios da Ultrapar são a Ipiranga, a Ultracargo (transporte de cargas líquidas) e a Ultragaz, que fornece GLP para clientes industriais e residenciais. A empresa também está no processo de aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Sul do País.
Para Lutz, assumir o comando da Ultrapar tem um pouco de homecoming. O executivo de 52 anos começou sua carreira como trainee do Ultra em 1994, fez seu mestrado em Kellogg pago pela empresa e voltou em 2001 como presidente da Ultracargo.
Saiu de lá em 2003 para se tornar diretor executivo de infraestrutura e energia da CSN, uma posição que cuida de tudo que não é Volta Redonda e aço na empresa de Benjamin Steinbruch.
Dada a experiência de Lutz na Cosan, uma empresa que cresceu com múltiplas aquisições, o mercado pode esperar que ele implemente a mesma estratégia na Ultrapar, crescendo as três verticais da empresa por meio de M&As.