O UBS abriu negociações para suspender a transferência dos ativos de investment bank do Credit Suisse para o banqueiro Michael Klein (nada a ver com o acionista da Via Varejo).
A notícia é do Financial Times.
“O negócio foi feito quando o banco tinha um revólver apontado para a cabeça,” uma pessoa próxima ao UBS disse ao FT. “Não estamos aqui para enriquecer Michael Klein às expensas de nossos acionistas.”
Em meio à reestruturação do CS, Klein – um protégé do lendário Sandy Weill que chegou a ser cogitado para o comando do Citi – havia fechado um acordo com os executivos do banco suíço em outubro. Mas agora, o UBS está pensando duas vezes.
Klein, que já fez parte do conselho do CS, negociou a fusão de sua boutique de M&A com o negócio de investment bank do Credit Suisse. A ideia era fazer um spinoff desse negócio e listá-lo na Bolsa resgatando a marca First Boston, que fez história em Wall Street nos anos 90. Klein seria um acionista minoritário, enquanto o CS manteria o controle.
Para viabilizar o negócio, o CS aceitou pagar US$ 175 milhões pela M. Klein & Company – uma transação concluída em fevereiro, semanas antes da compra pelo UBS. Klein levou ainda US$ 10 milhões (na física) para assessorar a reestruturação do banco de investimentos.
Agora, o UBS quer desistir do spinoff e está disposto a romper o contrato com Klein – pagando o menor break-up fee possível.
Segundo o FT, a ideia de relançar o First Boston será abandonada porque o UBS vê partes do negócio de IB do CS como “complementares” ao seu – particularmente os times de EUA e nos setores de tecnologia, onde o banco historicamente construiu uma grande franquia.
“Sabemos que ops empreendedores de tech são os criadores de riqueza do futuro,” o CEO do UBS, Ralph Hamers, disse numa teleconferência com analistas no domingo, segundo o FT. Segundo o jornal, o CEO também quer reter bankers especializados em farmacêutica, mídia e telecom, setores que o UBS acredita podem gerar bons clientes para seu private bank.