O UBS anunciou esta semana a compra do Wealthfront por US$ 1,4 bilhão, uma wealthtech com 470 mil clientes nos Estados Unidos e US$ 27 bilhões em ativos sob custódia.
A transação, paga em dinheiro, equivale a 5% do AUC.
O valor estratégico do negócio está na complementaridade do perfil de clientes.
Enquanto o UBS atende investidores ‘high’ e ‘ultra high net worth’ nos EUA, o Wealthfront é focado em investidores com liquidez entre US$ 250 mil e US$ 2 milhões e atende principalmente os millennials e a Geração Z.
O UBS acha que esse nicho do Wealthfront tem um “significativo potencial de crescimento doméstico,” com mais de 130 milhões de investidores só nos EUA e um share crescente da riqueza mundial.
Fundado em 2008, o Wealthfront foi uma das primeiras fintechs a apostar nos algoritmos para facilitar e automatizar o processo de assessoria de investimento.
Seu grande ativo é um robô-advisor, que dá sugestões de investimento aos clientes com foco em portfólios compostos principalmente por fundos passivos (ETFs) – um modelo usado no Brasil por empresas como a Warren e a Magnetis.
Os investidores também podem usar a plataforma para fazer seu planejamento financeiro para a aposentadoria ou a compra de um imóvel, por exemplo.
“As funcionalidades do Wealthfront vão se tornar a fundação de nossa nova oferta digital, que também vai incluir o acesso à assessoria remota de pessoas,” disse o banco.
O UBS não é o único tentando diversificar sua base de clientes para além do ‘high net worth’. O Morgan Stanley e o Goldman Sachs, com o Marcus, já fizeram movimentos semelhantes nos últimos anos para se aproximar dos millennials e da Gen Z.
Ainda que seja estrategicamente relevante, a aquisição não faz nem cócegas nos ativos do UBS.
Os US$ 27 bilhões do Weatlhfront representam uma fração ínfima dos US$ 1,7 trilhão que o banco suíço tem em ativos sob gestão nas Américas.