A General Atlantic anunciou hoje que vai comprar a Actis, a gestora britânica de private equity especializada em infraestrutura.

O plano é dobrar a aposta em investimentos ligados à transição energética e a geração de energia limpa, especialmente em países emergentes, disse um executivo próximo à empresa.

Há cerca de dois anos, a GA levantou US$ 3,5 bilhões para um fundo que investe em empresas de tecnologia voltadas para a transição energética – e isso confirmou o potencial do mercado, disse esse executivo.

O objetivo agora é fazer investimentos asset heavy no setor.

Com US$ 12,5 bilhões sob gestão, a Actis investe em empresas de infraestrutura, mas seu principal business é desenvolver projetos ligados a esse mercado. A gestora tem equipes locais em países da Ásia, América Latina, Oriente Médio e África.

No Brasil, a Actis comprou recentemente linhas de transmissão da EDP, além de ser dona de uma fatia da Serena (a antiga Omega Energia). Em 2023, pagou US$ 500 milhões por 11 data centers da espanhola Nabiax, sendo dois no Brasil.

Com a aquisição, a GA passa a ter US$ 96 bilhões de recursos sob gestão. A empresa não abriu os valores da transação, que ainda precisa ser aprovada pelos reguladores.

Em dezembro, a General Atlantic protocolou um pedido de IPO. Mas a abertura de capital só deve ocorrer daqui a cerca de 12 meses, quando a integração com a Actis estiver concluída e gerando valor.

A compra é mais um sinal de interesse dos investidores por um setor que passa por transformações relevantes.

Em sua maior aquisição em uma década, na semana passada a BlackRock pagou US$ 12,5 bilhões em dinheiro e ações pela Global Infrastructure Partners (GIP), a gestora fundada há 17 anos pelo nigeriano Adebayo Ogunlesi, um ex-advogado e ex-banqueiro do First Boston.

A GIP administra US$ 100 bilhões investidos num portfólio de empresas de energia, portos, aeroportos e infraestrutura digital, localizadas principalmente em países desenvolvidos.