Donald Trump divulgou a ambição de quadruplicar, em 25 anos, a capacidade americana de geração de energia atômica – e vai despejar dinheiro público nesse projeto.
O Governo americano acaba de anunciar que vai colocar US$ 80 bilhões na construção de reatores da Westinghouse Electric, a empresa americana de produção de energia nuclear controlada pelas canadenses Brookfield Asset Management e Cameco. 
A Cameco é a maior mineradora de urânio do mundo dentre as empresas listadas. Detém 49% da Westinghouse. Os outros 51% são da Brookfield.
O dinheiro a ser investido pelo Governo americano em até oito novas usinas sairá do acordo comercial assinado com o Japão, pelo qual os japoneses se comprometeram a investir até US$ 550 bilhões em projetos nos EUA – entre investimentos diretos, empréstimos e garantias.
O CEO da Brookfield, Bruce Flatt, esteve na comitiva de Trump na visita ao Japão na última semana finalizando os detalhes do negócio.
Segundo o Financial Times, a Casa Branca deverá ajudar a Westinghouse a obter terrenos e licenças para os reatores, além do aporte em capital e garantias de empréstimos.
O acordo inclui um mecanismo de participação nos lucros pelo qual o Governo dos EUA pode exercer o direito de forçar a abertura de capital da Westinghouse, ficando com um share de 20% do capital. Isso ocorrerá se o valuation ultrapassar US$ 30 bilhões até 2029.

A Brookfield e a Cameco compraram a Westinghouse em 2023 por US$ 7,9 bi, incluindo dívidas. As empresas não serão obrigadas a ceder assentos no conselho da Westinghouse para o Governo.
A gigantesca demanda dos data centers de inteligência artificial por energia elétrica tem gerado uma nova onda de investimentos em usinas nucleares nos EUA – e a ação da Cameco está voando.
O papel subiu 20% depois do anúncio do acordo com a Casa Branca e dispara 106% no ano.
 
  










