A ameaça de Donald Trump de impor um imposto de importação de 50% sobre o cobre levou caos ao mercado do metal – fazendo as cotações subirem às máximas históricas e provocando divergências raramente vistas nas principais bolsas de contratos futuros.

Em uma entrevista à CNBC, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas serão efetivadas “no final de julho, em 1° agosto talvez,” mas como em quase tudo no Governo Trump, a falta de detalhes sobre a tributação tem causado enorme volatilidade nos contratos do metal.

Na Comex, a principal bolsa do metal nos EUA, o futuro disparou 13% na terça-feira, a maior alta diária desde 1989, com a cotação subindo a US$ 5,65 por libra. No ano, a alta chega a 37%.

A disparada no mercado americano abriu um prêmio de mais de 20% em relação aos preços na London Metal Exchange, a maior bolsa global do metal, onde o preço está em US$ 4,44.

Historicamente, a divergência entre os dois mercados é quase nula. Mas a incerteza criada por Trump criou uma arbitragem épica. Na Shanghai Metals Market o preço se mantém similar ao da LME.

A disparada no mercado americano exprime o entendimento de que, com o tarifaço, o cobre em breve vai ficar mais caro nos EUA do que em outras partes do mundo.

Assumindo que o imposto de importação seja de 50%, os consumidores americanos deverão pagar cerca de US$ 15 mil por tonelada, contra US$ 10 mil em outros países.

Desde fevereiro, quando Trump exprimiu pela primeira vez a intenção de impor a barreira contra o cobre importado, os traders e as indústrias que dependem do metal vem elevando seus estoques. Mas a expectativa era de que a tarifa não atingisse 50%, como indicado agora pelo Presidente.

A medida protecionista tem como objetivo incentivar a produção nos EUA desse metal essencial para a indústria tecnológica e de energia. Trump disse recentemente que o país possui amplas reservas, mas a capacidade de refino e fundição fica devendo para os competidores internacionais.

Desde o Governo Joe Biden os EUA vêm criando incentivos para o processamento local e a redução da dependência de cobre importado, mas os americanos ainda estão distantes da autossuficiência.

De acordo com o Wall Street Journal, o país importou no ano passado cerca de metade do cobre consumido. O maior fornecedor dos EUA é o Chile, seguido pelo Canadá.