NOVA YORK – Após resultados acima da expectativa nos últimos trimestres, a TIM Brasil acaba de anunciar que aumentará sua distribuição de dividendos de R$ 2,3 bilhões para R$ 2,9 bilhões este ano.
Com isso, o dividend yield da operadora chegará a 8%, o maior payout da sua história. Em 2022, a TIM Brasil distribuiu R$ 2 bilhões entre dividendos e juros sobre capital próprio.
“Esse é o nosso novo patamar. No segundo tri tínhamos sinalizado que poderíamos rever o nosso guidance de dividendos,” disse o CEO da Tim, Alberto Griselli.
A partir de agora, esse será o piso de distribuição para os anos seguintes, segundo o CEO. O otimismo se dá tanto pelo crescimento esperado para os seus negócios tradicionais quanto pela entrada em outros (com um potencial maior de escala).
Griselli disse que o B2B é “oceano azul” para a empresa. Segundo o executivo, a TIM Brasil começou a negociar com companhias dos setores de logística, agronegócio e utilities há 18 meses e, desde então, fechou R$ 300 milhões em contratos.
“Vemos o potencial desse mercado B2B crescer 4x nos próximos cinco anos,” disse Griselli.
Entre as empresas estão as concessionárias CCR, EPR, Ecorodovias e o Grupo Way; a Engie e a fabricante de máquinas CNH Industrial.
O negócio mais recente, anunciado em agosto, foi a parceria com a CCR: a TIM vai levar internet 4G a trechos das rodovias Dutra e Rio-Santos e acabar com os pontos-cegos de sinal.
Segundo Griselli, a conectividade permitirá que as companhias coloquem em prática o conceito de “rodovia inteligente”, que permite, entre outras aplicações, a instalação de câmeras por toda a extensão da rodovia, assim como a iluminação inteligente (que liga e desliga automaticamente de acordo com a necessidade).
No caso das utilities, a TIM anunciou em abril uma parceria com a Engie para atuar na iluminação pública das cidades por meio de PPPs, e já tem duas cidades no portfólio: Petrolina e Curitiba.
Já no agro, a ideia é levar internet aos rincões e permitir que os ganhos de produtividade vistos em grandes produtores atinjam um maior número de fazendas.
“Cobrimos 16 milhões de hectares e vemos potencial para chegar a 300 milhões, o que equivale a uma Índia,” disse Griselli.
A empresa vem buscando soluções também por meio do venture capital. Em fevereiro, a TIM investiu R$ 250 milhões em um fundo focado em tecnologia 5G da gestora Upload.
Se houver oportunidades de compra de algumas das empresas aceleradas para fomentar o crescimento da TIM no B2B, a companhia vai analisar, disse Griselli.
Hoje, durante seu Investor Day aqui em Nova York, a TIM também deve anunciar uma parceria com o Zé Delivery, da Ambev.
Para estimular sua base de clientes pré-pagos, a cada recarga o dono da linha receberá créditos de R$ 15 (o equivalente a quatro latas de Skol).
O “presente” será limitado a um por mês, e a TIM não pagará nada à Ambev – mas segundo Griselli, todos ganham: a Ambev aumentará o número de pedidos, e a TIM fidelizará o cliente.
Para o executivo, essa parceria é uma tentativa de melhorar a experiência dos clientes pré-pagos – que têm sido deixados mais de lado pelas operadoras nos últimos anos.
“Prefiro um pré-pago feliz do que um Controle (plano de entrada da TIM) infeliz,” diz Griselli.