Pelo jeito, a pandemia está fazendo os brasileiros beberem. 

Para o Credit Suisse, a dificuldade das grandes fabricantes de cerveja em comprar garrafas de vidro para atender à demanda deve continuar por mais dois anos, ainda que numa intensidade menor que a vista no final do ano passado.  

Os analistas do banco conversaram com um grande fornecedor do setor e dizem que a demanda por garrafas continua alta, mesmo com a desaceleração do consumo de cerveja em fevereiro, impactado pela redução do auxílio emergencial e o aumento dos preços. 

Mesmo depois da indústria nacional de garrafas aumentar em 6% a 7% sua capacidade no fim do ano passado, ainda faltam garrafas. 

A cervejaria mais impactada tem sido a Petrópolis, forçada a migrar parte de sua produção para as latinhas de alumínio. A Heineken, fortemente impactada no ano passado, parece ter resolvido o problema passando a importar de 25% a 30% de sua necessidade a preços 40% maiores.  

Já a Ambev mal sentiu o problema: ela mesma produz cerca de 44% de suas garrafas de vidro e tem contratos sólidos com os maiores fornecedores do mercado. 

O CS diz que o problema de oferta deve ser resolvido em 2023, quando a indústria nacional de garrafas de vidro planeja aumentar sua capacidade em 8% a 10%.