A SulAmérica está trazendo um novo CFO e um vp de projetos estratégicos para reforçar seu time executivo — as primeiras medidas do CEO Ricardo Bottas desde que assumiu o cargo há um mês.

Clovis Poggetti, que está sucedendo Bottas como CFO, ocupava o mesmo cargo na Vasta — a companhia que concentra os sistemas de ensino da Cogna — e liderou o processo de IPO da companhia na Nasdaq. Antes, foi CFO e relações com investidores da Cielo. 

Maurício Quinze, o novo vp de estratégia, fundou as startups Coalizi e Quicko e tem passagens pelo Itaú, Multiplus e Cielo. Ele começou na companhia semana passada.

Com uma agenda de crescimento orgânico e M&As, Bottas quer aumentar a escala da SulAmérica nos dois negócios que restaram depois que a companhia vendeu seu braço de seguros de automóveis e ramos elementares (que incluía seguro residencial e empresarial.)

O desinvestimento deixou a SulAmérica com 93% de sua receita vindo de seu negócio de Saúde/Odonto. O restante vem da área Vida/Previdência/Investimentos. 

Em um de seus primeiros movimentos, Bottas reorganizou a área comercial, extinguindo o cargo de vp comercial e colocando os 40 mil corretores da SulAmérica em contato direto com as áreas de negócio.

O novo desenho deve dar mais agilidade para as tomadas de decisão de produto e preço, bem como aumentar a capacidade da companhia de traçar estratégias regionais, alavancando o crescimento orgânico. 

Solange Zaquem e Luciano Lima — diretores comerciais com anos de casa — agora se reportam à vp de saúde, Raquel Giglio; e a companhia está no processo de contratar um diretor comercial para a área de vida e previdência.

Na vertical de saúde, a SulAmérica tem conseguido crescimento orgânico por meio de seus planos Direto, que se apoiam na chamada ‘verticalização virtual’ — acordos com hospitais de terceiros — e já são oferecidos em praças como São Paulo, Curitiba e João Pessoa. 

Os planos permitem à SulAmérica penetrar num segmento de tíquete médio menor — planos que custam de R$ 300 a R$ 500 mês — competindo diretamente com players verticalizados como Notredame Intermédica e Hapvida. 

Bottas pretende perseguir essa nova fronteira de crescimento também com aquisições — a primeira delas foi a Paraná Clínicas, uma operadora verticalizada dona de um hospital, uma carteira de plano de saúde e sete clínicas. Numa transação casada, a Rede D’Or ficou com o hospital e passou a carteira de saúde e as clínicas para a SulAmérica por R$ 396 milhões. 

Bottas acredita que o fortalecimento das redes de hospitais independentes — diversas das quais estão abrindo o capital na Bolsa — vai permitir mais operações deste tipo.