Como boa parte da Faria Lima, Luis Stuhlberger e Rogério Xavier já trabalham com o cenário base de que Lula será eleito – e, na falta de uma terceira via, Xavier disse que o investidor internacional prefere o petista a Bolsonaro.
Xavier sugeriu que o BC pegue leve na alta dos juros. Para ele, uma Selic de 12,5% terá pouco efeito na inflação, mas será fatal para o PIB. O BC pode acabar errando na alta, assim como errou ao deixar a Selic muito baixa por muito tempo.
Stuhlberger disse que a China é um lugar ‘muito difícil de investir,’ a Índia é ‘complexa e cara’, e a Rússia nunca foi investível. Então, o que sobra entre os BRICS? Sobre o Brasil – esse país onde, nos últimos 8 anos, o PIB teve um crescimento acumulado de menos 1%…
O copo meio cheio: “Se 1% do que está investido na China e na Índia vier para o Brasil, vamos nos beneficiar muito,” disse o gestor do Verde. (E se o Brasil fizesse o dever de casa mínimo? Você se permite sonhar?)
Stuhlberger chegou a especular em voz alta se os R$ 32 bilhões que já entraram na B3 este ano não seriam uma realocação de carteiras globais, saindo de China e Índia e vindo para a Bolsa mais barata dos BRICS.
Como está vivendo a maior parte do tempo em Londres, Xavier disse que passou a ver o Brasil com o olhar de quem mora fora, e “o investidor estrangeiro prefere o Lula,” disse o fundador da SPX. Espaço para besteira? “Não tem espaço fiscal.”
Na mesma linha, o Verde não acredita que o “Lula sindicalista” nem o “Lula revanchista” vão subir a rampa, mas vê aumento de carga tributária e taxação de dividendos.
Lá fora, Stuhlberger está esperando o S&P 500 corrigir mais 10% – para 3900-4000 pontos, o equivalente a um P/L de 18x – antes do Verde aumentar a posição. Ele acha que o mercado está subestimando a pressão de custos na margem das empresas.
Os comentários foram feitos ontem na conferência anual do Credit Suisse.