A Standard & Poor’s acaba de colocar o crédito da República Federativa do Brasil em perspectiva negativa, o primeiro passo para um possível corte.
O ‘downgrade’ no crédito brasileiro, que parece apenas uma questão de tempo, impediria fundos internacionais de manter em carteira títulos do governo brasileiro, o que aumentará o custo de financiamento do setor público e faria o real se desvalorizar ainda mais.
No início do ano, funcionários da S&P haviam visitado o Brasil e, em 23 de março, a agência reafirmou a nota do País em BBB- (o patamar mais baixo ainda dentro do chamado grau de investimento) com uma perspectiva ‘estável’.
A deterioração da economia, da política e da confiança do consumidor nos últimos meses parece ter empurrado a agência a agir agora, antes do esperado, já que, tipicamente, mudanças na posição da agência tem intervalos mais longos.
A próxima agência a se manifestar deve ser a Moody’s, cujos executivos visitaram o País no início deste mês.
Mas, como a Moody’s e a S&P têm escalas de notas diferentes, um corte por parte da Moody’s apenas alinharia sua nota para o Brasil com a da S&P, mantendo a República com o grau de investimento. A menos, claro, que a Moody’s tomasse a decisão rara de fazer dois cortes na nota.