O Softbank demitiu hoje 19% de seus funcionários na América Latina – cortando 10 pessoas de cargos mais júnior de uma equipe de 53.
Os cortes são parte de uma reestruturação global do conglomerado japonês, que está buscando cortar custos na carne em meio a prejuízos bilionários nos últimos trimestres.
O ajuste de rota já havia sido antecipado pelo CEO Masayoshi Son em seu último call de resultados, quando o executivo chegou a sinalizar que faria demissões.
No mundo, o Softbank demitiu 26% de sua equipe, ou cerca de 150 pessoas.
As demissões foram menores na América Latina – proporcionalmente – porque os dois fundos da região ainda estão em estágios mais iniciais de maturidade. O mais velho deles foi levantado em 2019, e ambos ainda estão na fase de investimentos.
Uma fonte próxima a empresa disse que o Softbank ainda tem um dry powder relevante para a região. Até agora, a empresa investiu US$ 7,6 bilhões dos US$ 8 bilhões que seus dois fundos para a América Latina têm em capital.
Além desses US$ 400 milhões que ainda precisam ser alocados, a região tem outros US$ 2 bilhões que estão dentro do Vision Fund, mas que são carimbados para a América Latina.
Este ano, o Softbank fez oito investimentos, incluindo o aporte de hoje na Cortex. No total, mais de 70 empresas já passaram pelo comitê de investimentos desde janeiro.
“A tese para a região continua a mesma, e os recursos existem,” disse a fonte. “A questão é que está mais difícil achar boas oportunidades. O custo de capital subiu muito, mas muitos founders ainda não ajustaram suas expectativas de valuation para a nova realidade de mercado.”
Segundo essa fonte, o Softbank não descarta a possibilidade de levantar um novo fundo para a região nos próximos meses.