Há pouco mais de um ano, os três principais executivos da DPZ&T – Eduardo Simon, Rafael Urenha e Paulo Ilha – deixaram a agência de publicidade controlada pelo Publicis Groupe para criar uma nova firma, tendo a multinacional francesa como sócia minoritária.
O movimento deu origem à GALERIA, que se tornou o assunto do mercado ao levar os três maiores clientes da DPZ&T – Itaú, Natura e McDonald’s. A nova agência atraiu um quarto sócio – Pedro Cruz (ex-Ambev, Africa e FCB) – e nasceu tendo a Publicis como sócia de 20% do capital.
Agora, os quatro sócios estão recomprando a participação da gigante francesa – criando uma das poucas agências brasileiras sem vínculo com grupos internacionais.
Uma fonte próxima à transação disse ao Brazil Journal que a recompra envolveu apenas um valor simbólico.
A recompra da participação é o desfecho de uma parceria que começou em 2015, quando a Publicis fundiu a DPZ com a Taterka, colocando Eduardo Simon como CEO da empresa combinada.
A agência subiu de 17 para o 3 no ranking, e ela se tornou o negócio mais lucrativo da Publicis no Brasil. Mas com o tempo, as tensões entre o management e a Publicis foram se avolumando. Os executivos se queixavam de que as decisões eram centralizadas na França, tirando agilidade do negócio num mercado onde ela é crítica.
Em dado momento, os três sócios indicaram que pretendiam sair, o que levou algumas das maiores contas da agência a ameaçar sair junto.
No final, a Publicis negociou a saída dos sócios, abriu mão do non-compete de um ano e entrou na nova sociedade.
“A participação da Publicis foi uma saída honrosa, uma forma deles atenuarem o que de fato estava acontecendo,” disse uma fonte do mercado publicitário.
Como parte do acordo, a GALERIA ficou proibida de ir atrás dos outros clientes da DPZ&T – uma restrição que acaba agora com a recompra.
Por enquanto, a aposta dos quatro executivos está rendendo frutos.
Em um ano, a GALERIA passou de três para 12 clientes e ganhou contas como Vivo, TikTok, Seara e Enjoei. A agência já está entre as cinco maiores do País em compra de mídia e está indicada ao Caboré, uma espécie de Oscar do mercado publicitário.
O mercado estima que a GALERIA deve fechar o ano com cerca de R$ 1,5 bilhão em compra de mídia.