O mercado de academias já é bem servido no topo e na base da pirâmide – mas ali no meio, a oferta é escassa, deixando parte da população sem uma opção que a atenda.
Esta pelo menos é a tese dos irmãos Gustavo e Gabriel Rodrigues, que fundaram a The Simple Gym com o objetivo de preencher essa lacuna.
A The Simple Gym abriu as portas em agosto do ano passado com uma unidade em Botafogo, na Zona Sul do Rio, com capacidade para no máximo 2,5 mil usuários. Em pouco tempo essa unidade já está operando a plena capacidade, gerando uma receita de R$ 12 milhões/ano.
Este mês, os fundadores abriram a segunda unidade, na Gávea (para no máximo 2.000 usuários/mês), e vão abrir outras quatro: Barra, Leblon, Ipanema e Niterói, a cidade natal dos fundadores.
O passo seguinte é entrar em São Paulo, o que deve acontecer no segundo semestre do ano que vem. Ali o plano é entrar com três unidades de uma vez, focando nos bairros no entorno do Parque Ibirapuera, como Moema e Vila Nova Conceição.
A assinatura da The Simple Gym hoje custa na faixa de R$ 200 a R$ 400 — abaixo do preço de academias como a Bodytech, cujos planos variam de R$ 400 a R$ 900, dependendo da unidade, mas acima de redes low cost como a SmartFit, que tem planos na faixa dos R$ 100.
Além do posicionamento de preço, a The Simple Gym quer se diferenciar por uma abordagem da saúde que os fundadores dizem ser mais holística. 
“No Brasil se fala muito do fitness, mas não se fala tanto do wellness. O nosso foco é no bem estar holístico,” Gustavo disse ao Brazil Journal.
Essa visão se reflete na forma como a academia é estruturada, dividida em cinco pilares.
O primeiro é o que ela chama de Strength, basicamente os treinos de musculação e cardio. O segundo é o Power, que dá acesso a uma bioimpedância mensal. O terceiro é o Balance, que inclui a aula de pilates, com uma metodologia própria da academia, e que em breve deve incluir também meditação guiada e yoga.
Há ainda o Energy, um treino de alta queima calórica em parceria com a academia Foguete; e o Recovery, que dá acesso a um spa com banheira de gelo, sauna e máquina de liberação miofascial.
Na unidade de Botafogo, a The Simple Gym ainda vende três planos diferentes, com o mais básico dando acesso apenas ao pilar Strength; o intermediário dando acesso ao Strength, Power e Energy; e o mais caro dando acesso a todos os cinco pilares.
Na Gávea e nas outras unidades que serão abertas, no entanto, a empresa vai oferecer apenas um plano, de R$ 437, que dará acesso a todos os cinco pilares.
O plano, batizado de ‘Simple as That’, dá acesso ilimitado a musculação e cardio, 1 acesso por mês a bioimpedância, 5 acessos por semana aos pilares Energy e Balance; aula de pilates 2x por semana; e acesso ao Recovery, 1 vez por semana.
A The Simple Gym também opera em parceria com a Wellhub a partir do plano Gold+, mas esses clientes têm acesso apenas a musculação e cardio.
Cada academia tem um capex inicial, com as reformas e a compra dos equipamentos, de R$ 8 milhões a R$ 9 milhões.
Por enquanto, os fundadores fizeram apenas uma rodada, de R$ 2 milhões, liderada pelo grupo Rebel, de Rony Meisler, pela 4M Holding, de Cesar Villares, e por Mário Chady, fundador do Grupo Trigo. O restante dos recursos para a expansão está sendo captado via crédito e com a geração de caixa da unidade de Botafogo.
No ano que vem, com as nove academias já abertas e funcionando, a meta dos fundadores é atingir uma receita anual de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões.
Os fundadores dizem que enxergam espaço para abrir 100 academias em todo o Brasil, com foco nas grandes cidades e em bairros estratégicos.
A The Simple está apostando num design e numa arquitetura extremamente minimalistas, com cores básicas, traços modernos e poucos adereços de decoração.

“Queremos que tudo nas nossas academias seja o mais simples possível: a paleta de cores, a comunicação, a compra dos planos,” disse Gabriel, o outro fundador.
“Tiramos todas as taxas por isso. Não cobramos taxa de matrícula nem de fidelidade, como muitas academias fazem.”
Gustavo e Gabriel fundaram a The Simple Gym depois de carreiras em áreas distintas. Gustavo jogou futebol de base e foi fazer faculdade nos Estados Unidos com uma bolsa de atleta, formando-se em sports management. Quando voltou ao Brasil, entrou na área de marketing da CBF e depois trabalhou na Neoenergia.
Já Gabriel trabalhou dos 19 aos 33 anos exercendo funções públicas, incluindo um mandato como vereador em Niterói e o cargo de subsecretário de obras na cidade.
 
  










