O Carrefour anunciou hoje uma mudança relevante na sua base acionária, com a família de Abilio Diniz zerando sua participação na companhia e a família francesa Saadé adquirindo parte dessa fatia e entrando no conselho.
A venda da Península, o family office da família Diniz, vem depois do falecimento de Abílio Diniz em fevereiro de 2024 e marca o fim de um investimento que gerou prejuízo ao ex-controlador do Pão de Açúcar.
Abílio começou a montar sua posição no Carrefour em 2015, quando o papel negociava entre € 27 e € 32. Hoje, a ação sai por € 13,25, com o Carrefour valendo € 9,35 bilhões na Bolsa de Paris.
Abílio chegou a ter 11% do Carrefour – além de uma participação de 12% no Carrefour Brasil, que também foi zerada em abril deste ano. Estes eram os dois maiores investimentos da Península, que ainda administra liquidez e um portfólio imobiliário.
Agora, a participação no Carrefour estava em 9,2%, o equivalente a cerca de € 800 milhões. A Península tinha dois representantes no conselho – Eduardo Rossi e Flávia Buarque de Almeida, ambos executivos que trabalharam anos com Abilio.
Já a família Saadé — que fez fortuna com a gigante de logística CMA CGM — comprou 4% do capital e ganhou um assento no conselho, que será ocupado por Rodolphe Saadé, o presidente da CMA CGM e filho do fundador, Jacques Saadé.
Um representante da Península disse que o family office não vendeu diretamente para a família Saadé – ainda que a simultaneidade na divulgação pelo Carrefour dê a entender o contrário.











