A Rio Tinto fechou a compra da Arcadium Lithium por aproximadamente US$ 6,7 bilhões – numa transação all-cash que vai transformar a maior produtora de minério de ferro do planeta na terceira maior produtora mundial de lítio.

A mineradora anglo-australiana aceitou pagar US$ 5,95 por ação da Arcadium, um prêmio de 90% em relação ao preço de fechamento do dia 4 de outubro e de 39% em relação ao preço médio ponderado desde que a Arcadium abriu o capital, em 4 de janeiro deste ano.

Segundo a Reuters, a aquisição eleva a capacidade de produção anual de lítio da Rio Tinto de 108 mil toneladas para 373 mil.

A Arcadium, com sede nos EUA, nasceu da fusão da americana Livent com a australiana Allkem. É uma companhia verticalizada de exploração de lítio e produção de seus derivados, como carbonato de lítio e hidróxido de lítio.

Possui operação em diversos países, com atividades de mineração na Argentina, na Austrália e no Canadá, e unidades de processamento em países como China, EUA, Japão e Reino Unido.

Para a gigante anglo-australiana, o investimento faz parte de sua diversificação e redução da dependência no minério de ferro. Os seus projetos na área enfrentam entraves e, com a aquisição, essa área de negócios ganhará escala instantaneamente.

O lítio é um metal essencial na transição tecnológica e na economia verde, pelo seu uso na computação, energia fotovoltaica e no armazenamento das baterias.

Neste momento, há um excesso de oferta de lítio nos mercados – mas para a Rio Tinto o metal se encaixa numa estratégia de longo prazo que mira a produção de materiais essenciais na transição energética, particularmente na fabricação de veículos elétricos.

A Rio Tinto se aproveitou deste momento de queda nas cotações do lítio – que estão 80% abaixo do pico histórico – para fechar a compra. Em maio, quando as negociações tiveram início, o valuation de tela da Arcadium era superior a US$ 10 bi.

“Acreditamos na demanda futura pelo lítio,” o CEO da Rio Tinto, Jakob Stausholm, disse ao Wall Street Journal. “Algum tempo atrás, achávamos que estava caro demais. Quando os preços começaram a cair este ano, colocamos um time para analisar todos os possíveis projetos ao redor do mundo.”

Atualmente, as duas maiores produtoras de lítio são a americana Albemarle e a chilena Sociedad Química y Minera (SQM).