As duas famílias dos fundadores da rede Subway venderam o controle da rede de sanduíches para a Roark Capital, um private equity com sede em Atlanta. O negócio permanecia familiar desde sua fundação, há quase seis décadas.
Os termos da transação não foram divulgados, mas segundo o The Wall Street Journal, a Roark ofereceu US$ 9 bilhões à vista e vai pagar um earnout se certas metas financeiras foram alcançadas. O valor ficou dentro da estimativa inicial dos controladores, que esperavam um cheque em torno de US$ 10 bilhões.
A disputa – bastante acirrada – teve cerca de 10 nomes, incluindo Advent, Bain Capital, TPG, e um consórcio formado pela TDR Capital, Sycamore Partners, Goldman Sachs Asset Management e o ADIA, o fundo soberano de Abu Dhabi.
A Subway é uma das maiores redes de fast-food do mundo, com 37 mil lanchonetes em cerca de 100 países, e é a No. 1 em número de lojas nos EUA, maior que o McDonald’s, Starbucks e Burger King.
O plano de negócios é acelerar a expansão internacional, abrindo até 23 mil novos restaurantes e pontos de venda.
John Chidsey, o CEO da Subway, disse que a Subway vai se beneficiar da experiência da Roark em franquias e no desenvolvimento de negócios em diferentes países.
“Eles entendem o nosso negócio”, disse Chidsey ao WSJ. “Do ponto de vista das famílias, foi uma oferta atraente, que funciona para todos.”
A Subway hoje fatura US$ 16 bilhões (US$ 9,8 bilhões nos EUA), mas a coisa já foi melhor. Depois de bater num pico de US$ 18 bilhões em 2012, o negócio começou a declinar ano após ano.
Segundo o WSJ, o turnaround começou quando Chidsey – o primeiro CEO que não é membro das famílias controladoras – assumiu o comando em novembro de 2019, fechando lojas deficitárias, reestruturando a operação e focando na qualidade
A Subway nasceu como uma lanchonete em Bridgeport, Connecticut, em 1965.
Fred DeLuca, um dos fundadores, teve a ideia de abrir o negócio quando tinha 17 anos; queria ganhar dinheiro para pagar a faculdade. Um amigo da família, Peter Buck, entrou com um financiamento de US$ 1.000.
A primeira loja se chamava Pete’s Super Submarines, com seus sanduíches nos característicos pães em formato de submarino. Houve diversas mudanças de nome até o definitivo Subway, em 1972.
Fred morreu em 2015, de leucemia. Peter se foi em 2021. Os herdeiros assumiram o controle e vinham estudando vender a empresa nos últimos anos.
A transação solidifica a Roark, que administra cerca de US$ 37 bilhões, como um dos maiores operadores de restaurantes nos EUA.
Sua holding, a Inspire Brands, é dona de marcas como Arby’s e Buffalo Wild Wings, e em 2020 comprou a Dunkin’ Brands por um enterprise value de US$ 11,3 bilhões, colocando no portfólio as marcas Dunkin’ Donuts, Mister Donut, and Baskin-Robbins.
No total, as marcas da Inspire já somam 32 mil lojas em 58 países, que juntas faturam mais de US$ 31 bilhões por ano em system sales, no jargão da franquia.
A Roark também controla a Focus Brands, uma outra holding dona de redes como a Auntie Anne’s, que vende pretzels, e a Cinnabon, cuja especialidade é o rolo de canela.