A Upload Ventures, que nasceu em 2021 e tem US$ 200 milhões em ativos sob gestão, está se separando em duas gestoras, num movimento que busca dar maior autonomia às diferentes estratégias de investimento e evitar conflitos de interesse.
A primeira gestora que vai nascer da cisão é a 14b, que vai reter a estratégia de early stage da Upload e será comandada pelo ex-Softbank e ex-Redpoint eventures Rodrigo Baer.
A 14b vai levar US$ 108 milhões do total de ativos da Upload.

Já a segunda gestora será a Upload Ventures Growth (UVP), que vai ficar com o fundo de growth ancorado pela TIM e será liderada por Mário Ermírio de Moraes. Esse fundo tem pouco mais de US$ 90 milhões em ativos, dos quais US$ 50 milhões vieram da TIM.
O terceiro managing director da Upload, Carlos Simonsen, também está criando uma nova gestora, a Upstream, mas não está levando recursos da Upload e vai começar seu negócio do zero.
“O fundo de growth faz Séries A, B e C, e o fundo de early stage faz seed e Série A. Como tinha essa interseção entre eles, achamos que tinha alguns conflitos e decidimos separar por isso,” Mário disse ao Brazil Journal.
Segundo o gestor, a estratégia da UVP não muda após a cisão: posições concentradas, com 6 a 8 investimentos, e foco nas empresas que são líderes de categoria.
Por enquanto, a gestora já fez quatro investimentos e teve uma saída, a IORQ, que deu 53% de retorno com uma saída em três meses. Os outros três investimentos são a Topsort, Simetrik e a Tractian, avaliada em R$ 4 bilhões numa rodada recente.
O fundo da UVP está marcado a 1,7x o valor investido, considerando a saída já realizada e a marcação a mercado dos ativos com base nas rodadas subsequentes. A gestora deve anunciar um novo aporte em breve, de cerca de US$ 10 milhões, numa empresa brasileira.
“Gostamos de investir em empreendedores locais, da América Latina, mas com produtos globais. As três empresas do nosso portfólio têm clientes em 15 países, e algumas delas têm o objetivo de chegar a 50% da receita vindo de fora do Brasil. Gostamos disso porque é um hedge natural,” disse o gestor.

Mário disse que um dos principais diferenciais da UVP em relação a outras gestoras do segmento é o networking que ele tem, por conta de sua família.
“O que tentamos fazer nas nossas investidas é alavancar os relacionamentos que temos, para potencializar as introduções,” disse ele.
Mário dá o exemplo da Tractian. “Mapeamos 250 companhias onde tínhamos relacionamentos que podíamos conectar com eles. Já fizemos 60 introduções para potenciais clientes que juntos têm um potencial de geração de receita para a Tractian de mais de US$ 160 milhões,” disse ele. “Em valuation, o impacto dessa receita adicional seria de mais de US$ 2 bilhões.”
Mário disse que a UVP não planeja captar um novo fundo no curto prazo porque ainda tem muito dry powder.
“Estou muito focado em dois investimentos importantes que temos no pipeline. Mas talvez no segundo semestre do ano que vem a gente possa pensar em um fundo 2. Mas isso não está no radar agora,” disse ele.











