Surgiu um novo nome na lista de possíveis indicados para a presidência da CVM: o advogado paulista Ferdinando Lunardi, sócio do E.Munhoz Advogados, especializado em litígio, direito societário e reestruturação.
A coluna Capital trouxe em primeira mão que ele é o favorito do Ministro Fernando Haddad para o cargo.
Visto como uma indicação de perfil técnico, o nome foi bem recebido pelo mercado. “Ele é muito correto e competente,” resumiu uma fonte ligada à CVM.
Lunardi é formado em Direito pela USP, onde também fez mestrado e doutorado. Ele dá aulas na graduação em Direito do Insper e já teve uma passagem pela CVM, entre 2011 e 2013, como assessor da diretora Luciana Dias, com quem se casou.

O advogado esteve na autarquia num período pujante do mercado de capitais, quando houve vários IPOs.
Em seguida fez seu LLM em Yale e chegou a trabalhar na área de mercado de capitais do escritório americano Debevoise & Plimpton. Em 2015, aceitou o convite de trabalho de seu ex-professor da faculdade, Eduardo Munhoz, para voltar ao Brasil.
Hoje é um advogado especializado em recuperação judicial, mas com bastante conhecimento sobre a CVM.
Apesar de a indicação estar transitando pela Casa Civil, uma fonte próxima ao Governo disse que “o nome dele está em análise, junto com outros, mas ainda não há nenhuma definição”.
Além do cargo de presidente, a Fazenda precisa indicar mais dois diretores, já que a CVM está com apenas três das cinco vagas do colegiado preenchidas. Os nomes precisam ser sabatinados pelo Senado antes da nomeação – o que, dada a tensão entre o Congresso e o Planalto, pode atrasar ainda mais o processo.
A dificuldade nas indicações vem num momento em que a CVM está no foco da agenda política mais do que em qualquer período de sua história recente.
“O Poder Legislativo descobriu a CVM. Antes a autarquia tinha uma certa blindagem. Após as indicações feitas no governo Bolsonaro, em que fez parte do processo levar as pessoas para conversar no Congresso, para aumentar os vínculos, os políticos começaram a olhar mais para espaços na autarquia,” disse um ex-diretor da CVM.
Setores do legislativo e o Judiciário apoiam a permanência de Otto Lobo, o atual presidente interino, que assumiu o cargo em julho após a renúncia de João Pedro Nascimento por ser o diretor com mais tempo de casa.
Mas o nome de Lobo não é bem visto pelo Governo.
“Ele se tornou um nome forte porque o Governo não está indicando ninguém para a CVM – para não ter que enfrentar essa briga com o Congresso”, disse uma fonte.
Na prática, o Governo está segurando as indicações e esperando um timing melhor. “Qualquer nome que surge está sendo bombardeado pela oposição. Eles precisam sair com pelo menos dois nomes, um para presidente e outro para diretor, num momento mais favorável, e já marcar a sabatina rapidamente. Ano que vem tem eleição, e vai ficar ainda mais complexo o processo de indicações,” disse outra fonte que acompanha o processo.
Lobo fica na CVM até 31 de dezembro, quando termina seu mandato como diretor. Se até lá não houver um novo presidente, o que é bastante provável, o posto será assumido interinamente pelo diretor João Accioly. Ao lado dele no colegiado estará a diretora Marina Copola, nomeada para a CVM pelo Governo Lula em dezembro de 2023.
Marina já apareceu entre os cotados para assumir a presidência, assim como Igor Muniz, o presidente da Comissão Especial de Mercado de Capitais da OAB e advogado da Petrobras; e André Pitta, sócio do Trindade Advogados.











