Uma semana depois de comprar ativos da Marfrig por R$ 7,5 bilhões, a Minerva Foods está acessando o mercado de dívida para financiar o grosso da transação.
A companhia começou hoje um roadshow para colocar um bond entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, estabelecendo um novo benchmark para sua curva.
A operação deve ser precificada na quarta ou quinta-feira.
Quando anunciou a transação com a Marfrig, a Minerva disse ter acesso a uma linha de crédito do JP Morgan de R$ 6 bilhões, que ficaria disponível por 18 meses e teria um prazo de dois anos – um tipo de crédito que costuma ser caro.
Agora, a companhia parece estar tentando aproveitar uma janela de mercado para obter um custo menor e reduzir seu risco financeiro.
A janela existe porque tem havido poucas emissões de empresas com rating ‘BB’ (S&P/Fitch) e com o perfil da Minerva, e porque a companhia não acessa o mercado desde 2021.
Nos últimos dois anos, o frigorífico recomprou mais de US$ 500 milhões de sua dívida no mercado internacional.
Ainda não há price talk disponível, mas, para referência, o Minerva 2031 hoje negocia a um yield to maturity de 8%.
A ação da Minerva implodiu cerca de 23% depois do anúncio da operação. Os investidores locais abandonaram o papel diante da perspectiva de que a companhia — que construíra uma base de acionistas focada em dividendos — possa ficar sem fazer distribuições por um ou dois anos.
O JP Morgan é o coordenador global da oferta. O sindicato também inclui Itaú BBA, Bank of America, Bradesco BBI, HSBC, Morgan Stanley, Rabobank, BB Securities, Mizuho, MUFG e XP Inc.