O Credit Suisse começou a cobrir o varejo alimentar com foco em três empresas – Assaí, Grupo Mateus e Grupo Pão de Açúcar (GPA).
Das três, a principal aposta é o Assaí, que o banco iniciou com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 20, implicando um upside de 60%.
Para a analista Marcella Recchia, a empresa é um case comprovado de high growth e deve continuar performando melhor que seus pares e o setor, mantendo a maior produtividade do atacarejo brasileiro.
Sobre a recente transação com o GPA, na qual o Assaí comprou 71 lojas pagando R$ 90-100 milhões/loja, Marcella estima que o Assaí vai quase dobrar seu investimento em 10 anos, gerando um NPV de R$ 7 bilhões no período (ou R$ 5 por ação), uma TIR de 19%.
O CS estima que o Assaí negocia hoje a 9,9x o lucro estimado para 2023 – um desconto de cerca de 40% em relação ao múltiplo histórico de 16x e cerca de 10% abaixo da mediana do setor de supermercados global e de varejistas latinoamericanos.
O CS também recomenda a compra do Grupo Mateus, com um preço-alvo de R$ 9 – um upside de 53% sobre o preço de tela.
Com dois novos times completamente dedicados a expandir as operações em clusters de vendas subpenetrados (as chamadas ‘novas regionais’) nos Estados de Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Alagoas, o Mateus aumentou sua expectativa de abertura de lojas de 40 para 50 por ano nos próximos três anos.
A companhia também deve se beneficiar de uma isenção de ICMS recentemente concedida pelo Estado de Pernambuco, que deve se tornar seu novo hub de distribuição. A isenção – dada a todas as empresas que operam com distribuição – garante o pagamento de apenas 2% de ICMS.
“Com isso, acreditamos na continuidade de uma alíquota efetiva de IR muito baixo, aliada a uma sólida execução do plano de expansão, o que embasa nossa estimativa de crescimento do lucro por ação em 28% ao ano até 2024,” escreveu Marcella.
Sobre o GPA, o CS se mostrou mais cético. O banco iniciou com recomendação neutra e disse que o grupo precisa entregar sólidos resultados operacionais para combater as incertezas do mercado em relação à governança e potenciais desinvestimentos.