André Quaresma — o head de M&A da XP nos últimos quatro anos — agora vai comandar todo o investment banking da empresa, com a meta de ganhar mercado em M&A e ECM, incluindo a entrada em novos produtos.
A posição estava sendo acumulada por José Berenguer, o CEO do Banco XP, desde o final de 2023.
De lá para cá, Berenguer vinha buscando um nome para ocupar o cargo num processo que envolveu diversos candidatos externos e executivos da própria XP.
Berenguer disse ao Brazil Journal que a escolha de Quaresma é um reconhecimento do trabalho que o executivo fez na criação e expansão da franquia de M&As da XP, que não existia até 2020 e hoje é uma das cinco maiores do Brasil.
Quaresma tem quase duas décadas de experiência em IB. Começou a carreira no BTG, onde ficou por 10 anos, e saiu de lá para fundar a Riza Capital junto com Marco Gonçalves, o “Marcão”.
A Riza foi vendida para a XP em 2020. Quando Marcão deixou a empresa para ir para o Safra, no final de 2021, Quaresma assumiu como head de M&A.
Nos últimos anos, o executivo assessorou transações como a fusão do Grupo Soma com a Arezzo — a XP trabalhou nos dois lados — e a Equatorial na aquisição da Ecoenergia, uma operação de quase R$ 10 bilhões EV.
Também trabalhou na venda da participação que a Copel tinha na Compagas para a Compass, do grupo Cosan.
À frente do IB da XP, o maior desafio de Quaresma será ganhar mercado nas franquias de M&A e ECM. Hoje a XP tem uma posição de liderança em diversos produtos de dívida (DCM), mas normalmente ocupa a terceira posição nos rankings de ofertas de ações (ECM), atrás de BTG e Itaú BBA, e a quinta posição em M&A.
“Em DCM, já somos muito relevantes no mercado. Em M&A estamos consolidando nossa franquia e temos espaço para evoluir. Já em mercado de capitais, precisamos diversificar mais em produtos,” Quaresma disse ao Brazil Journal.
Essa diversificação virá, por exemplo, da entrada da XP no mercado de block trades.
Quaresma disse que a companhia vai começar a participar desse tipo de operação, o que envolve usar parte de seu balanço, já que para conseguir os mandatos tipicamente é preciso dar garantia firme.
Em termos de pipeline, Quaresma disse que o mercado de DCM sofreu um pouco no início do ano por conta da taxação de alguns produtos, “mas a partir do segundo trimestre esse mercado acelerou e temos visto emissões de muitas companhias buscando se aproveitar de produtos isentos antes de ter alguma outra taxação.”
Já o mercado de M&A é acíclico, disse ele. “Num mercado melhor, que tem mais liquidez, as transações saem com mais facilidade. Mas num mercado pior, elas continuam saindo porque as companhias buscam se combinar.”
Em ECM, onde as ofertas estão restritas, e a expectativa de Quaresma é que as coisas comecem a melhorar quando houver uma consolidação maior de algum cenário para as eleições de 2026.